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Teles Junior e Juliano Del Castillo protagonizam debate acalor

Teve como pano de fundo acusações mútuas trocadas entre o atual governo e a gestão passada



 

O atual e o ex secretário estadual de planejamento, Antônio Teles Junior e Juliano Del Castillo, respectivamente, protagonizaram um debate acalorado na manhã dessa quarta-feira, 25, no programa LuizMeloEntrevista, da Rádio Diário FM. O âncora do programa, Luiz Melo, entrevistava ao vivo, no estúdio da emissora, sobre a reportagem publicada neste espaço da edição de ontem do Diário do Amapá, sobre as contestações feitas por Juliano às acusações de Junior, quando, por telefone, o ex secretário iniciou um debate inédito em se tratando de dois técnicos da mesma pasta, em governos diferentes. No foco do debate, a dívida herdada pelo atual governo da administração de Camilo Capiberibe:

O atual secretário ratificou as acusações de que a gestão passada deixou um ‘rombo financeiro sem precedentes’ na história do Amapá, algo em torno de R$ 6 bilhões, no que foi contestado por Juliano: “O que o senhor está fazendo, secretário, é jogar uma cortina de fumaça para tentar esconder a incompetência do atual governo de acessar recursos do BNDES, e olha que são R$ 800 milhões já aprovados, dependendo apenas de um trabalho de articulação eficiente para que essa liberação ocorra”, no que foi rebatido por Teles Junior: “A questão toda é que a inadimplência deixada por vocês (gestão de Camilo) está impedindo o acesso a esse dinheiro”.

Juliano Del Castillo disparou: “A maior parte dessa dívida foi contraída pelo próprio Waldez Góes durante os dois mandatos à frente do Governo (2003-2010). Vocês escondem a verdade, mentem, quando falam sobre essa suposta dívida, que na verdade nem chega perto dos R$ 6 bilhões, pois a dívida real é de R$ 2.433 bilhões, dos quais R$ 1,40 bilhão diz respeito, exclusivamente, à dívida da CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá)”.

O secretário Teles Junior continuou insistindo na tese de que a inadimplência gerada na gestão Camilo está impedindo o atual governo de acessar recursos não apenas junto ao BNDES, como também de outras fontes, inclusive diretamente do governo federal: “Vocês (gestão Camilo) deixaram o nome do Amapá no Serasa por conta dessas dívidas, o que só pode ser resolvido a curto e mesmo a médio prazo através de decisão judicial, como já está ocorrendo atualmente, só que é uma bola de neve: quando conseguimos a ordem judicial, surge outra dívida, que da mesma forma impede a contratação de financiamentos e acesso a recursos.

Segundo Juliano, se o estado resolver a questão da inadimplência, o BNDES vai liberar os recursos que estão disponíveis: “O conjunto de obras está aprovado. E são muitas obras que não poderiam estar paralisadas hoje, pelo que elas representam para o desenvolvimento do Amapá, como a ponte sobre o Rio Matapi, as rodovias estaduais, a reforma e ampliação do Hospital de Pediatria, as obras da Maternidade da Zona Norte, e tantos outras empreendimentos vitais para o desenvolvimento do Amapá”.

Ainda de acordo com Juliano, durante o governo Camilo não tivemos nenhum problema com liberação de recursos: “Nós acompanhávamos todos os procedimentos, e com muita competência sempre utilizamos todos os instrumentos legais disponíveis para tornar o Estado adimplente, principalmente pagando as contas”, assegurou, rebatendo, também, a acusação de Teles Júnior de que o governo não tinha um servidor efetivo acompanhando a liberação dos recursos e execução das obras junto ao BNDES: “Repito e vou repetir sempre: eis aí mais uma inverdade, porque a presença de um servidor efetivo é requisito essencial para o processo”.

Mais uma vez o ex secretário de planejamento rebateu, também, a acusação de seu sucessor quando afirmou que as quedas dos recursos federais começaram na gestão atual: “Secretário, vocês querem a todo custo dizer que o FPE (Fundo de Participação dos Estados) começou a cair neste ano. O senhor sabe muito bem que isso não é verdade, porque esse arrocho começou ainda no início do ano passado, já como reflexo de 2013, tanto que perdemos R$ 150 milhões de uma tacada só, além de termos ficado manietados por conta de bloqueios judiciais no montante de R$ 90 milhões. Vocês fazem questão de não deixar claro que a política econômica de contenção de gastos do governo federal começou a ser injetada pela União, com o contingenciamento nos repasses aos estados feito pela presidente Dilma, e quem mais sofreu com isso foi o Amapá, cujo orçamento representa 70% dos repasses da União”.

Embora não tenha sido questionado sobre o assunto, Antonio Teles Junior afirmou que o pagamento da dívida da CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá) está sendo feito em dia, e descartou qualquer possibilidade de um revés no que diz respeito à federalização: “Toda a diretoria da CEA é indicada pela Eletronorte, a quem cabe, portanto, gerir a sua administração”.


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