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Única mulher em submarino argentino desaparecido tem parentesco com juiz do Amapá

Eliana, de 34 anos, foi a primeira oficial submarinista da América do Sul e atua como chefe de operações no submarino. Em sua função, Krawczyk comanda desde o controle das armas da embarcação até a manobra de amarração.


Paulo Silva
Da redação

O juiz Mário Euzébio Mazurek, da 2ª Vara Cível e de Fazenda Pública da Comarca de Macapá, postou nas redes sociais que é primo de Eliana María Krawczyk, única mulher entre os 44 tripulantes que estavam a bordo do submarino ARA San Juan, que é buscado pela Marinha argentina há seis dias. A avó dela era irmã do pai do juiz, que é de Guarani das Missões, no Rio Grande do Sul.

Eliana, de 34 anos, foi a primeira oficial submarinista da América do Sul e atua como chefe de operações no submarino. Em sua função, Krawczyk comanda desde o controle das armas da embarcação até a manobra de amarração. Atua como oficial desde 2012 e começou a trabalhar no ARA San Juan em 2017.

Natural de Oberá, no norte da Argentina, ingressou na Escola Naval Militar em 2008 e, quando visitou a cidade de Mar del Plata, onde ficam ancorados os submarinos da frota argentina, se apaixonou. “Fui a Mar del Plata para jurar a bandeira, embarquei em um dos submarinos e me dei conta de que queria ser submarinista”, contou em um vídeo divulgado no ano passado.

Eduardo, pai de Eliana, contou em uma entrevista que viu sua filha pela última vez há duas semanas, antes de o ARA San Juan zarpar. “Ela me disse que estava feliz em embarcar”, disse ao canal TN. “Comentou que chegaram à [província de] Terra do Fogo e que a governadora subiu no submarino e a parabenizou por ser uma mulher tripulante.”

Eduardo afirmou que agora reza pelo regresso de sua filha e que está certo de que voltará a vê-la em um reencontro que “será como nascer de novo”.

Em uma entrevista ao site Infobae em maio deste ano, Krawczyk afirmou que foi a primeira submarinista da Argentina e da América do Sul, mas que depois dela outra argentina e uma venezuelana já chegaram ao cargo. Existem também outras seis suboficiais submarinistas em seu país.

O desaparecimento do navio

O ARA San Juan fez seu último contato na manhã do dia 15 quando ia de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, a Mar del Plata, cerca de 400 quilômetros ao sul de Buenos Aires. Nessa mesma manhã, o capitão do submarino havia reportado uma avaria nas baterias da embarcação. Especialistas consultados pelo jornal argentino La Nación indicam que a zona marítima onde o veículo aquático pode ter desaparecido tem cerca de 700 metros de profundidade.

As buscas pelo submarino entraram em uma fase crítica. Caso a embarcação esteja sem condições de emergir, o estoque de oxigênio disponível seria suficiente para manter a tripulação viva por até sete dias — nesta hipótese, restariam atualmente menos de 24 horas de oxigênio para os tripulantes.


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