Nota 10

A arte de Carlos Prado

“Não queime, não mate e não morra, conserve a Mãe Natureza”


 


 

Wellington Silva
ESPECIAL PARA O DIÁRIO

Pintar e expor duas mil telas, eis o novo desafio que o artista plástico Carlos Prado pretende realizar em Macapá, mais precisamente na Fortaleza de São José de Macapá, em novembro deste ano. Dizem que ele não é só e não nasceu só. Se o produtor de arte é um escolhido do Criador, e a arte é a porta voz ou a luz de consciência do mundo, em Carlos Prado explosão de criações são exatamente correntes de mensagens em variados tons, nuances, anatomias, estudos e escolas diversas.

Revela o artista que aos 12 anos, prematuramente, desperta para a pintura, “como que num sonho. A inspiração vem e entro numa espécie de transe. Pinto com as mãos e, às vezes, uso muito pouco os pincéis. Também gosto de botar a mão na massa, no cimento, e produzir esculturas sacras gigantes ou em tamanhos naturais”.

Autodidata, Prado é citado no Livro dos Recordes como o pintor mais rápido do mundo. Sexagenário, pai de 19 filhos e 33 netos, consagrado como cidadão do mundo, suas criações já atravessaram as fronteiras do inimaginável. Inspirado por luzes externas e internas, “os Mentores da Arte”, como os denomina, são quem o conduzem a uma incrível diversidade de produção. Óleo sobre tela, tintas para paredes empregadas em pinturas sobre compensado, cimento, areia e água, tudo suas mãos transformam a química das tintas e a matéria de construção em arte, a comunicação do belo inimaginável.

Sua paixão pela temática amazônica, nossos índios, peixes, lagos e rios, a arte marajoara, maracá e cunani, a cerâmica, fauna e flora, tudo será retratado nas duas mil telas cuidadosamente trabalhadas. São 500 pinturas de pássaros e cerca de 400 somente sobre peixes da Amazônia, além de 400 figuras impressionistas de índios e totens indígenas. Uma média de 300 telas serão pintadas mostrando toda a beleza e criatividade dos jarros indígenas, cada um com flores nativas. Somente sobre o Amapá, 400 obras mostrarão nossa história, ambiente, natureza e arquitetura. Agora, o que chama a atenção n’algumas de suas produções impressionistas, por exemplo, são os índios. Eles parecem estar vivos, como que a nos dizer alguma coisa.

“Não queime, não mate e não morra, conserve a Mãe Natureza”, eis a mensagem do artista natural de Santa Catarina que resolveu adotar o Amapá como porto final de suas peregrinações. Ele vem de Barcellos, Amazonas, para Macapá, a fim de aqui registrar novo recorde.

Primitivismo, cubismo, impressionismo, expressionismo, abstracionismo, surrealismo, abstrato-geométrico… Uma produção de 100 telas em cada escola é o que os amantes da pintura verão em novembro na Fortaleza de São José de Macapá.


Deixe seu comentário


Publicidade