Academia de Letras Barão do Rio Branco dará posse a novos membros
Silogeu foi criado em janeiro passado para promover, valorizar e preservar a literatura, a cultura e a história, especialmente no contexto amapaense

Douglas Lima
Editor
Em cerimônia marcada para quarta-feira, 29, no Museu Sacaca, às 18h, a Academia de Letras Barão do Rio Branco (ALBRB) dará posse a 25 novos membros, os quais completarão o colegiado do silogeu composto de 55 cadeiras.
A ALBRB foi criada em 26 de janeiro passado, segundo texto da assessora Mary Paes, para “promover, valorizar e preservar a literatura, a cultura e a história, especialmente no contexto amapaense”.
Em entrevista na Diário FM, 90,9, na manhã desta segunda-feira, 27, a vice-presidente da Academia de Letras Barão do Rio Branco, professora Inês Silva, declarou que a entidade nasceu no desdobramento de um projeto de incentivo à leitura na escola que leva o nome do silogeu.
“O projeto de incentivo à leitura também envolvia produção e intepretação de textos. A iniciativa foi boa, e então tivemos a ideia de transformar o projeto em algo mais consistente, nascendo, assim, a Academia de Letras Barão do Rio Branco”, informou Inês Silva.
A escritora Lu de Oliveira também esteve na Diário FM, acompanhando a vice-presidente, junto com a poeta Juciane Rios. Lu é autora dos livros infantis ‘O que tem na bolsa da mamãe’ e ‘O dia em que a vovó ficou banguela’. Ela será um dos que ascenderão para a ALBRB.
A poeta Juciane Rios, já acadêmica, encerrou a entrevista declamando poesia de sua autoria:
Mar Acima, Mar Abaixo
Neste poema, eu vou contar
Sobre a maior manifestação cultural e religiosa do Amapá.
Ei, mana, deixa eu te falar!
Sua origem na escravização sempre vai navegar.
No navio negreiro, ouvia-se o lamentar,
Corpos lançados ao mar,
Negros e negras a chorar
Mar acima, mar abaixo, ladainhas a ecoar.
Eu sei, esse recorte da história traz muita indignação:
Negros capturados, desumanizados, “despatriados” de uma nação.
Assim, meus ancestrais chegam a Mazagão,
E, ao contar suas vivências através de um ladrão,
Constroem um legado resistência, fé e tradição,
Que mareia no córrego da religião.
Por isso, no Ciclo do Marabaixo,
A murta vão balançar,
O mastro vão levantar,
E, ao entoar dos tambores, os pés vão arrastar.
Eeeeeeeeeeee…ita!
Esse é o patrimônio imaterial,
Expressão cultural do povo do Amapá.
Assim, após Corpus Christi, no Domingo do Senhor,
O mastro caiu sobre o som do tambor
Duas tradições de fé perpetuaram:
O Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade
Nos abençoaram.
Eeeeeeeeeeee…ita!
Segue meu povo, vamos Marabaixar!
É a maior festa do sincretismo religioso do estado do Amapá.
Deixe seu comentário
Publicidade



