Ano Santo é celebrado no Amapá com programação católica e cultural
Com rituais litúrgicos católico e afro-brasileiro, o Amapá celebra Jubileu da Esperança com programação de valorização da fé cristã de povos e comunidades tradicionais

Nos dias 13 e 14 dezembro será celebrado em Macapá o Jubileu Afro-amapaense com ritos católicos e de raízes africanas, como folias, ladainhas e devoções no marabaixo, batuque, zimba e sairé.
O evento conecta-se à proclamação do Papa Francisco, que convocou o povo católico para o Jubileu da Esperança, nome do Ano Santo de 2025. A Pastoral Afro-Amapaense e Governo do Estado, por meio da Fundação Marabaixo, estão à frente da realização do evento.
A programação terá encontro religioso e cultural de comunidades quilombolas e grupos culturais afrodescendentes, peregrinação, rodas de conversa sobre fé e ancestralidade, feira afroempreendedora, apresentação de ladainha, marabaixo, batuque e folias, Santa Missa e almoço.
Estão confirmadas a presença de grupos tradicionais e comunidades afrodescendentes que sustentam a espiritualidade, a devoção popular e o sentimento comunitário como base da identidade religiosa e cultural.
A fé cristã nos quilombos foi presenciada pelo bispo diocesano Dom Antônio de Assis Ribeiro, que ao visitar os territórios se impressionou com a devoção dos moradores.
A Pastoral Afro, coordenada pelo Padre Paulo Roberto Matias, tomou a frente da realização do Jubileu e pediu apoio do GEA, para o reconhecimento da importância dos quilombos e comunidades tradicionais na construção do catolicismo popular no Amapá, estado com maioria negra e quilombola, que mantém as festividades tradicionais com ligação histórica e espiritual com a fé católica.
Para Josilana Santos, diretora-presidente da Fundação Marabaixo, o Jubileu Afro- Amapaense sela a relevância dos povos tradicionais afrodescendentes do Amapá, com seus rituais de fé e devoção, presentes na cultura do marabaixo, que celebra a Santíssima Trindade e o Divino Espírito Santo, os santos devotados no batuque; e a devoção à São Tomé, no saíré, e à São Benedito, na tradição do zimba.
“As políticas afirmativas do Governo do Estado combatem a discriminação e a desigualdade, e promovem a inclusão, como de negros, através de atos como o Jubileu Afro-Amapaense, que atende uma convocação do Vaticano, e promove um evento legítimo, com foco em nossa espiritualidade, tradição e resistência cultural. Não tem como falar de cristianismo no Amapá, sem mencionar o valor dos povos tradicionais na manutenção do catolicismo, o protagonismo na formação da cultura, principalmente em comunidades distantes”, disse Josilana.
O Jubileu ou Ano Santo é comemorado a cada 25 anos para o perdão, reconciliação e renovação espiritual. O tema de 2025 é ‘Peregrinos da Esperança’.
Ele iniciou em 14 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, e encerra em 6 de janeiro de 2026, quando a porta é fechada.
Programação:
13 de dezembro
Local: Centro Diocesano de Macapá
16h – Abertura oficial do Jubileu Afroamapaense 2025, com a chegada das comunidades quilombolas e tradicionais e workshop conduzido pelo Bispo Dom Antônio de Assis Ribeiro sobre a importância da parte religiosa nas festas tradicionais;
14 de dezembro
Local: Quadra da Igreja São Benedito
07h – Café da manhã
08h30 – Peregrinação afro-cultural pelas ruas do Bairro do Laguinho e do Centro, até a Catedral de São José
10h – Santa Missa celebrada pelo Bispo Dom Antônio de Assis Ribeiro
12h – Almoço no Centro Diocesano e programação cultural
17h – Encerramento
Texto: Talismã Comunicação
Fotos: Márcia do Carmo e Gabriel Penha
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