Nota 10

Arcanjo e Milla expõem na Biblioteca ‘Elcy Lacerda’

Na Biblioteca Pública ‘Elcy Lacerda’, dois grandes talentos das artes plásticas estarão expondo dia 2 de fevereiro, com abertura prevista para as 20h: Miguel Arcanjo e Milla.


Wellington Silva – Jornalista e historiador
Especial para o Diário

Uma boa programação cultural está sendo organizada para comemorar o aniversário da Cidade de Macapá, fundada no dia 4 de fevereiro de 1758, com a presença do capitão general de Estado Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Nessa data, foi levantado o pelourinho e fundada a Vila de São José de Macapá.

Na Biblioteca Pública ‘Elcy Lacerda’, dois grandes talentos das artes plásticas estarão expondo dia 2 de fevereiro, com abertura prevista para as 20h: Miguel Arcanjo e Milla.

Arcanjo, como é conhecido no meio artístico, exporá dez obras em betume, uma técnica não muito empregada nas artes plásticas em função do necessário domínio que a arte requer. É na boa equalização das formas e cores, entre o preto e o branco, que surge o popular e o histórico emanado da mente do artista.

Com raro domínio, o expressionismo em betume de Arcanjo impressiona qualquer observador. São verdadeiros retratos que mostram inicialmente a arquitetura histórica de Macapá, a Igreja Matriz de São José, datada de 6 de março de 1761, data de sua inauguração; a Fortaleza de São José, inaugurada em 19 de março de 1782, assim como a antiga Doca da Fortaleza, a velha Beira (atual Cândido Mendes, principal área comercial de Macapá), veleiros, canoeiros…

Uma viagem no tempo que o tempo esqueceu e deixamos esquecido no tempo que se perdeu…

Com mestria, Arcanjo resgata nossa memória e em certos momentos nos leva para dentro de suas telas, ao início do século XX. Uma época de desbravadores, pioneirismo e muito que trabalhar na terra e pela terra.

Acadêmico de arquitetura na Faculdade de Macapá (Fama), designer de programação visual e portador de título de menção honrosa expedido pela Câmara Municipal de Macapá, de autoria da ex vereadora Helena Guerra, o paraense de 54 anos, boa parte vividos no Amapá, já expôs divulgando nossa região em Brasília, no Senado Federal, na Exposição Talentos 2005, ao lado do artista plástico regionalista Wagner.

Miguel Arcanjo possui painel de sua autoria exposto em Buenos Aires, Argentina, intitulada Alto Mar, assim como obras expostas nas prefeituras de Macapá, Laranjal do Jari, Palácio do Governo do Estado do Amapá e nas mãos de diversos admiradores e colecionadores, como em Florianópolis. Despertou para a pintura em 1981, em Belém do Pará, quando cursava o 2º grau no colégio Souza Franco.

Jamylla Oliveira, conhecida no meio artístico como Milla, vigiense, 33 anos, com 20 radicados no Amapá, explora com muita propriedade a arte pop contemporânea com uma riqueza criativa de formas, cores e luzes a chamar a atenção de qualquer observador. Suas obras, 7 telas em acrílico sobre tela, por vezes exploram o surreal, mitos e lendas da Amazônia e arquiteturas históricas como a Fortaleza de São José de Macapá, nossa Igreja Matriz e o monumento do Marco Zero do Equador.

Criaturas da noite, a fome dos insetos, curupiras e a cobra sofia ganham em suas mãos vida, cor e luz. Técnica e temáticas bem interessantes que poderiam ser aproveitadas num inovador e criativo desenvolvimento de alegorias e alas de uma escola de samba de bom gosto.

A obra Fome, por exemplo, mostra a necessidade que algumas criaturas têm de comer, sem nenhuma conseguir. Em Criaturas da Noite, apenas uma, a Sentinela, que vê os primeiros raios do Rei Sol, avisa que a noite já se vai…

Voyer mostra insetos acasalando. É a natureza em reprodução e a vida em movimento. Curupiras e cobra sofia dispensam comentários, pois de muito fazem parte do nosso universo de mitos e lendas.

Acadêmica de direito na Fama e desejosa em atuar como advogada criminalista, afirma que “quero me estressar no direito e relaxar na arte”.
Milla pinta desde criança. Seu estilo pop arte contemporâneo surgiu 3 anos atrás, quando repentinamente veio a boa inspiração.


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