Bucólica, Lagoa de Fora mantém tradição em rezar ladainhas em latim
O agricultor Francisco Ferreira Ramos, de 66 anos, conhecido como Chico da Lagoa, é quem reza a ladainha em latim e mantém uma tradição familiar na comunidade.

Localizada nas proximidades da rodovia AP-440, a comunidade Lagoa de Fora concentra agricultura familiar, lagos e histórias, muitas histórias. A mais conhecida é a do agricultor Francisco Ferreira Ramos, de 66 anos, o popular ‘Chico da Lagoa’.
Em janeiro de 1905, o avô de seu Chico comprou o terreno onde é localizada a comunidade, que começou sendo habitada por pessoas da mesma família e segue essa tradição até hoje. “Somos 25 pessoas da mesma família. Aqui tem filhos, noras, netos, bisnetos; só a minha família mora aqui, já são quatro gerações na Lagoa de Fora. A escolha do nome é justamente porque tem muito lago aqui atrás. Aí, o apelido virou o nome em documento mesmo da comunidade”, conta o agricultor.
Além de agricultor, Chico da Lagoa é referência no estado por ser rezador de ladainha. Mas, não é a reza em língua portuguesa que deu tamanho reconhecimento ao devoto de São José.‘Seu Chico’reza ladainha em latim. “A devoção a São José vem de família. Quando meu avô chegou, ele já trouxe o santo. Aí, passou para meu pai, que organizava a festa do padroeiro, e após a morte dele [pai], eu e meu irmão assumimos a festa. E a ladainha rezada em latim tem uma história: eu ia para as festas religiosas no Curiaú e via o seu João, rezador oficial da ladainha, falando muito bonito. Aí eu pedi pra ele copiar o texto e me dar, foi quando eu tinha 15 anos e comecei a praticar. Passei a acompanhá-lo e fui pegando o ritmo”, relembra.
São 116 anos mantendo a história e a tradição da família Ferreira Ramos na Comunidade Lagoa de Fora. E, há aproximadamente 32 anos, Chico da Lagoa também passou a ser conhecido pelo trabalho de agricultor que desenvolve junto à família. “Eu vivo da agricultura, trabalho com horta. Antigamente eu trabalhava com mandioca, mas era muito cansativo. Tive um incentivo para fazer a horta, comecei e até hoje me mantenho com isso”, finalizou Chico da Lagoa.
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