Nota 10

Colégio de Procuradores do MP-AP homenageia a Casa de Acolhida Lar Betânia

A trajetória do Lar Betânia foi melhor conhecida por todos os membros do Colégio com a exibição de um pequeno documentário, com destaque para a bela história de vida da irmã Rosane Fiuza, atual coordenadora do Centro de Acolhida.


Em reunião extraordinária realizada nesta terça-feira (4), na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, o Colégio de Procuradores de Justiça do Ministério Público do Amapá (MP-AP) prestou uma homenagem à Casa de Acolhida Marcelo Cândia “Lar Betânia”, localizada no município de Santana, pelos relevantes serviços sociais e humanitários em favor das crianças e adolescentes que passam por situação de vulnerabilidade social.

A trajetória do Lar Betânia, dirigido pelas Irmãs Discípulas de Jesus Eucarístico é, sem dúvida, digna de reconhecimento. As irmãs chegaram ao Amapá em 2007 para executarem um trabalho junto às famílias carentes e, em particular, às crianças e adolescentes em situação de risco. Diante das inúmeras necessidades do Estado, avaliaram a situação em particular da cidade de Santana, onde está localizada a maior zona portuária do Amapá.

A escolha do local partiu de um olhar atento e sensível para as regiões periféricas, onde identificaram a existência de violência, maus tratos, exploração sexual e comercial de crianças e adolescentes. Devido a esse quadro de vulnerabilidade social, em parceria com a Fundação Dr. Marcello Cândia, deram início à construção do Centro de Acolhida Marcelo Cândia Casa Lares.

O projeto vem sendo executado em etapas. Quando estiver concluído deverá contar com cinco Casas de Acolhida, com capacidade para receber até oito meninas em regime de abrigo, quadra poliesportiva, piscina, salão de jogos recreativos, laboratório de informática, centro de atendimento multiprofissional (com serviço social, psicologia e coordenação pedagógica), além do Centro Profissionalizante. Atualmente, são atendidas 24 crianças e adolescentes em três casas).

Para funcionar, a Casa de Acolhida assinou convênio com município de Santana e conta com o apoio de benfeitores e parcerias institucionais, dentre elas, a firmada com o MP-AP e a empresa de trigo O Moinho, que possibilitou a realização do projeto “Mãos na Massa”, formando jovens e adolescentes para o mercado de trabalho na promissora área da panificação.

A trajetória do Lar Betânia foi melhor conhecida por todos os membros do Colégio com a exibição de um pequeno documentário, com destaque para a bela história de vida da irmã Rosane Fiuza, atual coordenadora do Centro de Acolhida. Natural de Minas Gerais, a missionária tem se dedicado, desde os 15 anos, ao trabalho voluntário em favor dos mais necessitados.

 

Justo reconhecimento

Após conhecer a história do Lar Betânia e acompanhar de perto as atividades desenvolvidas junto aos membros do MP em Santana, o procurador-geral de Justiça, Márcio Alves, destacou o quanto o Colégio de Procuradores estava orgulhoso em poder prestar uma singela homenagem, diante do magnífico trabalho humanitário realizado pelas religiosas.

“Isso aqui é tudo muito simbólico, mas esse simbolismo nasce do desejo que temos de reconhecer o que as senhoras fazem. Nada nos deixa mais felizes do que sermos caridosos, porém essa virtude não é para qualquer ser humano. São raras as pessoas que são bondosas, caridosas e, acima de tudo, entregam a própria vida, separando-se da família, ainda tão jovem, para dedicar-se a uma vida religiosa, que também não é fácil. Então, esse é o momento de nós reconhecermos esse empreendedorismo social cristão que as senhoras fazem. Muito obrigada pelo belíssimo trabalho!”

A decana do Colégio, procuradora de Justiça Clara Banha, estendeu os cumprimentos do colegiado, parabenizando as homenageadas pelo desprendimento que a vida religiosa exige. “Que Deus abençoe a todos que trabalham no lar, porque essas crianças precisam muito desse amor de dedicação”.

De igual modo, os demais procuradores de Justiça presentes: Jair Quintas, Judith Teles, Nicolau Crispino, Joel Sousa das Chagas e Maricélia Campelo (secretária do Colégio) demonstraram, em suas manifestações, o encantamento com o belo trabalho social desenvolvido no Lar Betânia.

 

Parceria que gera frutos de esperança

Os promotores de Justiça da Infância e Juventude de Santana, Miguel Angel e José Barreto, coordenadores o projeto “Mãos na Massa”, também falaram da emoção em acompanhar o reconhecimento do MP-AP ao trabalho das irmãs.

“Nós somos testemunhas do que elas desenvolvem, muitas vidas já foram salvas. Em uma jornada itinerante, na qual eu tive oportunidade de participar, nos deparamos com situações de crianças que já haviam sido violentadas diversas vezes e foram acolhidas pelo Lar Betânia.  Havia uma criança que não sabia ler, nem escrever, mas que nessa instituição passou a realizar as atividades educacionais necessárias para a vida. Não tenho palavras para agradecer esse trabalho que desenvolvem e queria dizer que o MP está de portas abertas para ajudar no que for preciso”, manifestou o promotor Miguel Angel.

Para o promotor de Justiça José Barreto, é importante destacar o diferencial no acolhimento realizado pelo Lar Betânia.  “O trabalho que as irmãs oferecem é emocionante. É muito difícil você dar para as crianças o que elas precisam. O Estado não tem a capacidade de fazer um acolhimento adequado dentro de um abrigo, o que muitas vezes ocorre de maneira fria. Só o amor pode fazer isso. Então, a homenagem que nós prestamos hoje é singela, mas é a nossa forma de dizer muito obrigado por tudo o que vocês fazem pelo estado do Amapá”, acrescentou.

Por fim, a irmã Rosane Fiuza, ao falar em nome da instituição, relembrou sua inspiração vocacional. “De fato, é Jesus quem nos escolhe primeiro, e em nome do amor, como diz a música do Padre Zezinho, felizes são aqueles que amam como Jesus amou. É o desejo de amar como ele ama que impulsiona a vida religiosa. É querer, de fato, amar e resguardar. O amor sem ação não é um amor verdadeiro”, refletiu.

“Eu e as irmãs só agradecemos a Deus pelo reconhecimento dos homens, que é apenas um mérito aqui, mas o principal é o reconhecimento divino. Porém, esse reconhecimento dos homens é de grande apoio moral para impulsionar o nosso trabalho voltado ao bem. E esse apoio que o MP nos dá é sem igual, principalmente o MP de Santana, por reconhecer o trabalho que realizamos. O amor cura. O Lar Betânia pretende melhorar cada vez mais, buscar mais parcerias para acolher as crianças e adolescentes que frequentam o nosso centro profissionalizante. Mais uma vez, agradecemos pelo apoio”, finalizou.


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