Nota 10

Cringe”: entenda o conflito de gerações causado por nova gíria

Os jovens já não são tão jovens assim? Especialista explica como funciona o processo de identificação de uma nova geração


“O que é cringe?” Essa foi a pergunta que muitas pessoas da geração millenials (geração Y) fez nas últimas semana. O surgimento da nova gíria, que significa cafona, brega ou até mesmo ‘mico’, ganhou força nas redes sociais, depois de uma guerra silenciosa entre millenials e geração Z (que são os jovens mais novos). O caso mostra um cenário de conflito de gerações, quando uma faixa etária percebe que está ficando mais velha e que, aqueles que antes eram crianças, agora são os novos jovens criadores de gírias, tendências e que acham tudo o que a antiga geração fazia, brega. Ou melhor, cringe.

Segundo a psicóloga e professora do curso de Psicologia da faculdade Fama, Donnera Arianne Bernardes Zhalouth, explica que é normal esse conflito entre gerações. “Falamos do choque entre as visões de indivíduos que nasceram em épocas distintas. Isso significa que, os relacionamentos, o trabalho e a vida de forma geral, serão fortemente influenciados pelo contexto histórico, familiar, social e cultural, em que as pessoas vivem. Ou seja, os conflitos intergeracionais sempre existirão”, pontua.

Ela acrescenta que existe um meio termo entre os adolescentes e os pertencentes à geração Y. Isso porque pessoas com mais ou menos 30 anos viveram nos dois momentos e por isso, têm a bagagem dos anos 90 e foram impactados pelas novas tecnologias. A especialista aponta que o conflito acontece porque sempre existe uma sensação de conforto à época vivida. Usar a expressão “no meu tempo”, por exemplo, ainda traz este sentimento, mesmo que não tenha se passado tanto tempo assim, além de ser uma tendência individual, subjetiva àquilo que foi vivido à época relacionada.

Segundo a psicóloga para viver bem cada geração e sem conflito é necessário o respeito a cada processo. “Compreender que o outro é diferente de mim, é compreender que da mesma maneira que eu tenho o direito de existir, sentir, pensar e agir, o outro também tem este direito, independente da geração que pertença. Quando tenho consciência disso, respeito a maneira das pessoas se expressarem, das experiências que carregam, e a aprendizagem que eu posso obter com elas, da criança ao idoso”, finaliza.


Deixe seu comentário


Publicidade