Nota 10

Encontro que pode ser início de movimento em defesa da Amazônia

Amapaense e amazonense acham que amazônidas têm que escutar a si mesmos.


Douglas Lima
Da redação 

Amapaense de Santana, Vanessa Gabriel, residente em Londres (Inglaterra), e Guilherme Figueiredo, amazonense de Tefé e professor de antropologia da Universidade do Estado de Amazonas, encontraram-se em Macapá e com atividades afins trocaram ideias e resolveram difundir a necessidade dos amazônidas falarem e divulgarem entre si a região, em vez de só escutar sobre ela de vozes distantes daqui.

O pontapé inicial desta iniciativa que pode se tornar um movimento foi dado no programa ‘Café com Notícia’ desta segunda-feira, 26, excepcionalmente apresentado por Rodrigo Silva.

Vanessa é formada em jornalismo pela UFPA e com MBA e mestrado pela ECA-USP, onde defendeu tese sobre cultura digital na Amazônia e democratizacão de acesso. Em Londres, ela é gerente de programas de artes e sociedade no Conselho Britânico, e responsável por desenvolver e implementar projetos de impacto social em duas regiões: Continente americano e Oriente Medio.

A santanense também criou um instituto, onde realizou projetos culturais entre Brasil e Reino Unido, incluindo o Festival de Cinema da Amazônia. Além disso, é diretora do Conselho da Lawrs – Latin American Women Resource Services, que ajuda mulheres e meninas latino-americanas vítimas de abuso e violência na Inglaterra.


Guilherme Figueiredo está viajando por diferentes regiões da Pan-Amazônia para conhecer experiências diversas de comunicação popular, livre, indígenas, quilombola, etc., e também aprender com as formas com que estão fazendo as redes de comunicação, principalmente culturais.

No programa Café com Notícia, Vanessa Gabriel confessou que aprendeu a importância da Amazônia, no exterior, coisa que não conseguiu aqui, apesar de ter ido embora para a Inglaterra aos 16 anos de idade, mas sempre voltando para visitar familiares e amigos, bem como para estudar a região. Hoje tem 40 anos.

Vanessa mostrou que a Amazônia é complexa, não só pela suas imensuráveis fauna e flora, mas pelas raças que a compõem. A estudiosa mostrou também que a população amazônida não é apenas de indígenas e quilombolas. Nela também há árabes, japoneses e portugueses, entre outras raças. “Então, é preciso entender essa relação internacional para congregar a Amazônia”, frisou Vanessa.

O professor Guilherme Figueiredo, que dá palestra na Universidade Federal do Amapá (Unifap) à noite desta segunda-feira, 26, atestou no programa radiofônico que se fala muito da Amazônia, mas falta escutar a região. “Temos que escutar a nós mesmos”, pontuou. Talvez a frase venha a servir como mote de um movimento que se inicia.


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