Nota 10

Escola de Samba Emissários da Cegonha questionará se a felicidade depende ou não de dinheiro no Carnaval de 2020

A agremiação aproveita o carnaval para fomentar a economia de trabalhadores, e fez questão de fazer contratações diferenciadas e assumir suas responsabilidades sociais.


A estimativa é que mais de 1 mil brincantes encenem, cantem e dancem o enredo de Emissários da Cegonha, “Teu ‘Faz me rir’ traz ou não Felicidade”, que questiona o que, de fato, traz felicidade, se o dinheiro compra tudo e até onde ele interfere em nossas vidas. Emissários é a segunda escola a desfilar na sexta-feira, 21, encerrando a participação do Grupo de Acesso. Após o intervalo de quatro anos sem desfiles, a agremiação está sob o comando da presidente Eliana Maura, que acompanha diariamente a confecção de alegorias, fantasias e adereços. A agremiação aproveita o carnaval para fomentar a economia de trabalhadores, e fez questão de fazer contratações diferenciadas e assumir suas responsabilidades sociais.


O enredo chama para a reflexão do atual mundo capitalista e, ao mesmo tempo, preocupado com as questões espirituais e com a qualidade de vida, e questiona se o dinheiro é importante para a felicidade porque compra tudo, ou o dinheiro não compra sentimentos e podemos ser felizes sem ele? Abusando da linguagem popular e de expressões como Faz me Rir, tutu e merreca, o samba, de autoria e concepção de Marquinhos Inova e Wilson Cardoso, que, no final da letra, pregam a caridade, o amor e a gratidão pelo que se tem.

Os símbolos da riqueza e do amor fazem parte do ambiente cenográfico que Emissários prepara para este desfile, que promete ser colorido e emocionante. O desfile é composto de três setores, carro abre-alas, comissão de frente, dois casais de mestre-sala e porta-bandeira, bateria, oito alas comerciais, ala das baianas, e como alegorias, um carro e dois tripé. O diretor deste carnaval da Emissários é Marquinho Inova, o carnavalesco é Wilson Cardoso. Personagens que simbolizam dinheiro e poder também sincronizam com o enredo, como Tio Patinhas, na bateria, e o Buda Dourado.


O primeiro setor, “O Faz Me Rir Traz Felicidade”, apresentará a Comissão de Frente “A Felicidade em duas Dimensões”, que contrapõe se a felicidade depende ou não do dinheiro. O tripé abre-alas é o símbolo da escola, a cegonha; primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, “Felicidade”, significa que com ou sem dinheiro, a felicidade deve prevalecer como condição humana; e a bateria, vestida de fantasia que caracteriza o Tio Patinhas. Três alas compõem este setor, “Faz me Rir me Faz Feliz”, “Olho da Ganância” e “Os Bichos de Gravata”.

Setor dois, “O Poder dos Talismãs”, irá trazer as alas com símbolos que atraem sorte e felicidade. A primeira, “Coração de Ouro”, caracteriza os que são felizes, e a segunda, “Os Objetos da Felicidade”, traz os amuletos para atrair dinheiro. O segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, o casal conflito, indica os momentos de indecisão entre dinheiro e felicidade sem dinheiro. As baianas vêm representando “O Ritual das Flores Amarelas e Alaranjadas”, para atrair riqueza.


O terceiro e último setor, “A Felicidade não Depende do Faz-me Rir”, desfilará com três alas: “O Amor nos faz feliz e a vida fica mais bela”, “Bye Bye Tristeza. Quero amor e alegria no Sorriso” e “Alegria, Alegria e a Aquarela da Felicidade”. Este setor valoriza a felicidade, e mostra que ser feliz independe de dinheiro. O carro alegórico que fecha o desfile da Emissários simboliza o capitalismo, como o personagem Riquinho e a Deusa da Riqueza.

Histórico

O Grêmio Recreativo Escola de samba Emissários da Cegonha é originário do bloco carnavalesco Coqueiro Verde, que foi criado no bairro Trem, nas proximidades do lago, que hoje é a Praça Floriano Peixoto. A escola foi oficializada em 1974 como Bloco Emissários da Cegonha, em razão da gravidez de várias moças que namoravam foliões do bloco. Em 1987, a escola de samba foi oficializada. Dona Maria Augusta, dona Deolinda Teixeira, seu Caveira, Sabazinho, Beca, primeiro presidente, são alguns pioneiros da Emissários, que, em 1998, foi a primeira campeã do Grupo de Acesso na era sambódromo.

Fotos: Max Renê


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