Nota 10

Especialista diz que durante pandemia é preciso zelar também pela saúde mental

Se na vida agitada que a humanidade tinha antes do surto de Covid-19 isso era importante, muito mais agora com o componente do medo e ansiedade


Cleber Barbosa
Da Redação

 

A psicóloga Alciângela Bernardes, especialista em avaliação psicológica, falou ao programa LuizMeloEntrevista desta terça-feira (28), na rádio Diário FM (90,9) sobre como as ciências humanas estão atuando durante a pandemia. Ela trabalha na clínica médica em demandas de ansiedade e depressão em adolescentes e adultos e, mais recentemente, na psicologia positiva. Vital para os dias atuais, onde o medo gera a ansiedade.

 

Segundo a especialista, a humanidade já vivia um momento de muita ansiedade devido a uma vida de multitarefas, portanto fazendo muitas coisas ao mesmo tempo. Mas ressalta que a ansiedade é um fator genético também, portanto é preciso se observar esse fator em cada família e na herança dos pais então quem já tem na família históricos relacionados a problemas de ansiedade precisa estar mais atento pois há sim uma probabilidade se herdar.

 

Ela esclareceu que existe a ansiedade positiva, mas que é importante saber diferenciar essa daquela definida como patologia, como doença. “A ansiedade positiva é aquela que eu costumo chamar de chute no bumbum, que nos manda para frente, que nos faz resolver problemas, buscar soluções, uma ansiedade que surge antes de uma apresentação que precisamos fazer na escola, um trabalho para fazer, uma viagem, enfim, esse sentimento é normal, mas quando a gente começa a sentir um desconforto que atrapalha a vida pessoal, a rotina no trabalho, com sensações desconfortáveis físicas e psicológicas aí realmente a gente está falando de um transtorno”, explicou.

 

A psicóloga também fez questão de esclarecer que depressão e ansiedade embora dialoguem entre si não são a mesma coisa.

 

Respondendo a questionamentos da equipe do programa, ela falou sobre o aumento dos casos de suicídio na Itália, país que viveu o epicentro da pandemia do novo Coronavírus recentemente. Disse que não dá para fazer uma relação direta com a questão epidemiológica, pois trata-se de um fator complexo, que depende de cultura para cultura, mas em se falando de medo, de desesperado, de situações que também estavam em situação de risco, como os idosos em isolamento que também são uma população com risco de suicídio. “As pessoas com depressão de uma maneira geral também são população de risco, não só na Itália que viveu essa situação de surto tão triste da história, mas com qualquer um de nós que estivermos em situação de adoecimento e entrarmos numa situação de caos por medo e pela tensão, associada ao cansaço, associada ao sentimento de solidão, isolamento, enfim, então a gente não pode deixar chegar a esse fundo do poço, precisamos busca ajudar, precisamos estar juntos”, ensina.

 

Por fim, ela em se falando de saúde mental de maneira geral é preciso estar mais atento ainda nesse momento de quarentena, pois existe diferença entre saúde mental e doença mental, que acaba afastando muito as pessoas. Saúde mental é um estado de bem-estar, no qual o indivíduo é capaz de resolver problemas do cotidiano, então a partir do momento que não se consegue fazer isso, quando a pessoas já não está bem para lidar com pessoas e situações do dia a dia, aceitar situações de dificuldades e enfrenta-las, é preciso buscar o profissional de saúde mental, que é o psicólogo ou psiquiatra, não é uma coisa de outro mundo.


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