Fortaleza de São José de Macapá se prepara para se tornar Patrimônio da Humanidade
Inauguração de um novo sistema de iluminação, em LED, visa dotar a Fortaleza, que já é uma das 7 Maravilhas do Brasil, em patrimônio da Unesco
Célio Alício
Da Redação
Tendo completado 240 anos há quatro meses, a mais do que bicentenária Fortaleza de São José de Macapá, patrimônio histórico e arquitetônico do Amapá, concorre ao título de Patrimônio da Humanidade, 72 anos após seu tombamento como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 22 de março de 1950, e 14 anos após se tornar uma das Sete Maravilhas do Brasil, em eleição promovida pela revista Caras e o banco HSBC, em 2008.
Inaugurada em 19 de março de 1782, ainda inconclusa após 18 anos de construção, a Fortaleza de São José de Macapá compõe, junto com a velha Igreja Matriz de São José, o duo dos mais antigos monumentos históricos e arquitetônicos de Macapá e do Amapá, aos quais são acrescentados o prédio da antiga Intendência de Macapá (atual Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva), a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, em Mazagão Velho, e a Base Aeronaval de Amapá.
Com localização privilegiada no centro histórico de Macapá, assentada às margens do rio Amazonas, a fortificação atravessou mais de dois séculos de existência oscilando entre momentos de abandono e cuidados extremos até se tornar uma referência histórica e turística do Amapá e componente fundamental para a autoestima da população amapaense, sendo musa inspiradora de obras acadêmico-científicas, literárias, poéticas, músicas, artesanais, entre outras
Depois de ganhar no seu entorno, o Parque do Forte, obra construída pelo IPHAN com contrapartida do governo do estado e inaugurada em 2005, o monumento histórico foi objeto de pesquisa arqueológica realizada pelo Laboratório de Arqueologia do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com trabalhos dirigidos pelo professor e arqueólogo Dr. Marcos Albuquerque e a professora e Dra. Veleda Lucena, e que trouxe à luz de estudos obras exteriores que deram uma dimensão mais ampla e complexa do edifício militar, como seus alicerces de madeira submersos nas águas do Amazonas.
Nesta terça-feira (12), uma parceria entre o governo do estado e a CEA Equatorial dará ao monumento uma nova iluminação noturna dotada da mais alta tecnologia e funcionalidade do ponto de vista energético, com 348,21 megawatts por ano, com refletores de LED em substituição às lâmpadas de vapor metálico e a introdução da automação com regulagem na intensidade e no brilho. A parceria e seus desdobramentos visa qualificar a fortificação amapaense para dotá-la de condições adequadas para a outorga do título de Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Shows artísticos, apresentações culturais e um belíssimo show de luzes com projeção mapeada irão marcar o lançamento do novo sistema de iluminação que dará à velha Fortaleza uma nova face, mais adequada à sua grandeza e para servir de palco para grandes eventos culturais e artísticos e para o lazer e o entretenimento de seus visitantes.
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