Nota 10

Grupo de Marabaixo recebe homenagens na Assembleia Legislativa pelo reconhecimento nacional

O Marabaixo foi econhecido como Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Iphan


Reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), durante reunião que ocorreu no último dia 8, no Museu Histórico, em Belém (PA), o Marabaixo foi homenageado na sessão desta terça-feira (13) na Assembleia Legislativa do Amapá (Alap). Atendendo ao convite da deputada Edna Auzier (PSD), percussionistas e dançadores da manifestação folclórica afro-amapaense, que consiste em homenagear o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade, ocuparam as galerias da Casa.

Em breve discurso, Valdinete Costa citou a luta de seis anos dos marabaixeiros em busca do reconhecimento, que teve início em 2012, quando foi protocolado junto ao Iphan o pedido de certificação do Marabaixo como Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil. “Foram seis anos de muita luta e perseverança, de encontros, de pesquisas, visitações nas comunidades, levantamentos de dados para a montagem do inventário, documentários, entre outras formalidades, para que esse dia de glória chegasse, e ele chegou, e chegou trazendo muita alegria, orgulho de ser amapaense e, acima de tudo, veio cheio de muita esperança de que agora podemos realmente chegar não somente aos quatro cantos do estado, mas que podemos chegar e levar nosso Marabaixo para o Brasil e para o mundo”, frisou Valdinete Costa, agradecendo a consultora e antropóloga do Iphan, Weleda Freitas, pela dedicação.

Valdinete aproveitou a oportunidade para fazer algumas reinvindicações aos deputados, como o apoio na difusão, propondo e aprovando projetos que venham garantir, junto ao Governo do Amapá, recursos específicos no orçamento do Estado, destinado às festividades tradicionais e aos grandes eventos pontuais que enfatizam o Marabaixo, além da inserção da manifestação cultural no Centro Profissionalizante de Música Walkíria Lima, por meio de curso de percussão, cantorias e do ritmo; e oficinas nas escolas da rede pública estadual, para que possam oportunizar o saber popular dos mestres e mestras do Marabaixo. “Que os senhores possam propor e aprovar projetos que incluam especializações sobre a história do Amapá para funcionários públicos da educação, por meio da Escola de Administração Pública do Estado”, sugeriu.

Fruto da organização e identificação predominante entre as comunidades negras do Amapá, a dança é uma expressão cultural de devoção e resistência que representa tradições e costumes locais. A origem do nome remete aos escravos que morriam nos navios negreiros; seus corpos eram jogados na água e os negros cantavam hinos de lamento mar abaixo e mar acima. Os negros escravizados passaram a fazer promessas aos santos que consagravam, e quando a graça era alcançada se fazia um Marabaixo. Sua herança é deixada de pai para filho, e está associada ao fazer religioso do catolicismo popular em louvor a diversos santos padroeiros. Após ouvir os pedidos a deputada Edna Auzier, colocou-se à disposição para discutir as propostas junto ao Executivo Estadual.


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