Irmã Socorro, o próprio amor ao próximo, narra sua vida em livro
Religiosa vocacionada para saúde, anos a fio ela saiu em missões com Padre Raul para atendimento a ribeirinhos e índios, tendo como pagamento apenas o sorriso e a alegria estampados no rosto das crianças e adultos a quem davam um pouco de alívio em suas dores

Douglas Lima
Editor
“Eu sou do tempo em que a mulher casava para servir o marido, e o marido trabalhava para cuidar da mulher e dos filhos”. O testemunho é de uma sertaneja cearense, hoje com 81 anos de idade, mas que não casou, para se tornar religiosa, desde jovem, e servir ao próximo vocacionada para a saúde.
Maria do Socorro Sales Moura é a cearense mais velha de família de 13 filhos, fruto de um amor que misturou sangue europeu com sangue tupi-guarani brasileiro. Ela é a Irmã Socorro, do Instituto Secular Irmãs Camilianas e Amigos dos Doentes Sofredores, que no sertão nordestino deixou os pais e os numerosos irmãos, com pesar, chamada para pertencer à família de Jesus Cristo formada por aqueles que fazem a vontade do Pai.
Irmã Socorro comenta com saudade o tempo das famílias numerosas, reconhecendo, contudo, que hoje é diferente, mas que não se deve perder o amor, principalmente o jovem que tem obrigação de chamar para si o dever de construir o seu futuro, sempre praticando o bem. Foi o que ela fez, na juventude e até hoje.
Do Ceará, a adolescente Socorro foi para São Paulo, capital, para ser freira. Logo sentiu que não tinha o carisma da vida piedosa. Então, resolveu ser missionária vocacionada para a saúde. Assim é que chegou no Amapá, há 54 anos, para logo depois passar a cumprir missões como auxiliar de enfermagem do padre camiliano e médico pediatra José Raul Matte, o inesquecível Padre Raul.
Padre Raul e Irmã Socorro, acompanhados apenas do condutor da pequena embarcação usada nas missões, e de um guia, embrenharam-se pelo interior do estado, anos a fio, levando atendimento a ribeirinhos e principalmente a índios. “Vamos para onde ninguém vai”, sempre dizia o religioso, tão logo saía em suas viagens. O pagamento? O sorriso e a alegria estampados no rosto das crianças e adultos a quem davam um pouco de alívio em suas dores.
Baseada no Hospital São Camilo e São Luiz, onde mora há 53 anos e fundou o setor de pediatria, Irmã Socorro não é um exemplo de amor ao próximo, é o próprio amor ao próximo. De falar sobre ela, paro aqui, e indico ‘Uma vida dedicada às missões – Irmã Socorro: uma mulher de fé, coragem e caridade’, livro em quatro mãos com o jornalista Getúlio Barreto, a ser lançado sexta-feira, 22, das 14h às 18h, na Procuradoria-Geral de Justiça do Amapá, no Araxá.
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