Nota 10

Jeito de ser do povo amazônico será apresentado pela Império da Zona Norte na Passarela do Meio do Mundo

O encantamento do rio Amazonas, costumes, rituais, fé, danças e tradições serão cantados pela comunidade e artistas convidados pelos autores da música, Joãozinho Gomes e Val Milhomem, transformando a Passarela do Meio do Mundo em um palco estrelado.


Inspirado na canção “Jeito Tucuju”, o desfile da Império da Zona Norte promete um show de cultura regional e manifesto de amor à Amazônia, neste sábado, 22, às 23h35. O encantamento do rio Amazonas, costumes, rituais, fé, danças e tradições serão cantados pela comunidade e artistas convidados pelos autores da música, Joãozinho Gomes e Val Milhomem, transformando a Passarela do Meio do Mundo em um palco estrelado.

O presidente da agremiação, Patrick Willian, acredita em um grande desfile baseado no enredo, e, para isso, a Comissão de Carnaval trabalha para apresentar um desfile técnico e com elementos que faça o espectador ter a mesma impressão de quem olha o rio e consegue compreender o jeito de ser e viver do povo amapaense.


O enredo “Meu Jeito Tucuju” preza pelo valor das tradições amazônicas e a música inspiradora, que é o Hino Oficial da Cultura Amapaense, é a que melhor define estes costumes. A obra, criada por Joãozinho e Val, desperta nos observadores do rio Amazonas a vontade e emoção de viver, saborear, valorizar e conhecer o universo que nos cerca. A temática regional já foi desfilada por outras escolas em outros carnavais, e para fazer a diferença e causar impacto com o enredo baseado em uma das músicas mais cantadas e gravadas do Amapá, a tarefa da Império da Zona Norte envolve pesquisa e muita criatividade.

Para desenvolver o enredo, a comissão buscou referências da cultura local para que, em 1 hora e 20 minutos, a escola faça homenagens e um resgate de todo o universo amazônico, da magia do rio e floresta, rituais de cura e de fé. A Império se apresentará com o carro abre-alas, dois tripés, seis alas comerciais, ala das baianas, bateria, comissão de frente, rainha da bateria, um casal de mestre-sala e porta-bandeira, e uma ala especial com convidados de Joãozinho Gomes e Val Milhomem. Aproximadamente 700 foliões irão formar o desfile encabeçado pela águia da Zona Norte, ritmada pela bateria Imperial, que este ano volta para o comando de mestre Carlinhos Bababá.


A comissão de frente, “Rituais Nossos de Cada Dia”, apresenta todo o contexto do enredo e traz personagens que identificam quem vive e como vivem na Amazônia, índios, negros, caboclos e ribeirinhos com encenações que retratam, por exemplo, rituais de pajelança e benzedeiras. O abre-alas, “Herança Tucuju”, sintetiza a riqueza herdada, do artesanato à religião, danças, crenças, lendas e mitos, e valoriza símbolos, como a Fortaleza de São José e o Marco Zero. Pioneiros e artistas, como o poeta e compositor Fernando Canto, estarão nesta alegoria. A bateria “Nossos Tambores” terá como toque de percussão caixas de Marabaixo e seus tocadores, e a ala das baianas vem com as integrantes de rezadeiras, figuras importantes na Amazônia.

O encontro entre o paraense Joãozinho e o amapaense Val Milhomem é exaltado na primeira ala; a segunda refere-se ao rio Amazonas; a terceira é um conjunto que reforça as festas tucujus, das comunidades tradicionais, com devoção aos santos e ao som de Marabaixo e batuque. A ala quatro traz as maiores riquezas naturais da Amazônia, que são os produtos oferecidos pela floresta e rio, para alimentos, como frutas, pesca e caça, e para a medicina. O mestre Sacaca é homenageado nesta ala.

A quinta, “Artesanato e Gastronomia”, remete a elementos usados como artesanato, mas que fazem parte do cotidiano, como canoa e remo; e a última ala comercial fala das lendas amazônicas. O desfile encerrará com a ala de artistas e convidados, em que estão confirmados Oneide Bastos, Nivito Guedes, Rambolde Campos, Osmar Júnior, Paulinho Bastos, entre outros cantores e compositores. À frente da direção-geral de carnaval está o jornalista e carnavalesco Cláudio Rogério, e a rainha da bateria é Samira Santos.

A Escola de Samba Mocidade Independente Jardim Felicidade, assim como a maioria das agremiações carnavalescas, nasceu no meio de um bate-papo de amigos, entre eles Raimundo Sucuriju e Dani, e Sena e Elba, ritmados por samba e aperitivos, com o nobre fim de ser um instrumento social e cultural da comunidade. Foi em julho de 1987, e a escola carioca Portela foi a referência que iluminou a concepção da agremiação. As cores azul e branca e a águia foram adotadas como símbolo da escola, que representa uma das maiores comunidades carnavalescas do Amapá. A estreia foi em 1988, na Avenida FAB, e no ano de 2009 a escola foi campeã do Grupo de Acesso, passando a fazer parte do Grupo Especial no ano seguinte.

Fotos: Max Renê


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