Nota 10

Jornalista lança em Macapá livro que relata experiência na cobertura da tragédia de Mariana e alerta sobre o risco ambiental para outras cidades

A autora fez a cobertura jornalística do fato pela Rede Globo, para a revista eletrônica Fantástico.


Uma das maiores tragédias ambientais do Brasil, o que ocorreu em 2015, em Mariana, Minas Gerais, foi registrada pela jornalista Cristina Serra, no livro “Tragédia em Mariana: A História do Maior acidente Ambiental do Brasil”, lançado pela editora Record. A publicação será lançada nesta sexta-feira, 14, em Macapá, na Livraria Leitura, no Amapá Garden Shopping, às 19h.

O desastre em Mariana chamou atenção do mundo para o Brasil, que se sensibilizou com o resultado do rompimento da Barragem do Fundão, utilizada para armazenar rejeitos de minério de ferro, explorado pela empresa Samarco. Dezenove mortos, rios e solo contaminados, meio ambiente destruído, foi o saldo para os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, que ficaram cobertos de lama, e mais 39 municípios de Minas Gerais e Espírito Santo, que foram afetados com o percurso feito pela lama através do rio Doce.

Cristina Serra retrata sob a ótica jornalística os aspectos mais impactantes na tragédia, dos corajosos que foram em socorro dos desabrigados, os que de alguma forma carregam a responsabilidade sobre o acidente, e os omissos. Eles tornaram-se personagens do livro, com relatos ouvidos no auge das reportagens, uma sincronia emocionante entre a jornalista as vítimas. A escritora relata ainda na publicação, a atual situação dos moradores, que amargam as dificuldades econômicas, com defasagem de emprego, em um local que foi devastado em poucos dias.

Relatos, entrevistas, vivência e investigação, foram a base para o livro, que a autora não considera como o ponto final desta história. “Este livro trouxe respostas, mas eu não diria que esgotei o assunto”, disse Cristina em entrevista para a também jornalista Roseann Kennedy. Em sua opinião, houve falha por parte do poder público na fiscalização, assim como da empresa Samarco, e a tragédia deve servir de alerta para que não ocorra novamente em outras cidades. Cristina defende o direito constitucional, que garante ao cidadão um meio ambiente protegido e em equilíbrio com o desenvolvimento econômico.

A experiência foi marcante a ponto da paraense Cristina Serra decidir dedicar-se ao jornalismo ambiental. Com mais de três décadas na área, a maior parte na Rede Globo, ela foi correspondente em Nova York e fundadora do canal digital My News. Sua certeza é que vai recomeçar na Amazônia, enfrentando as dificuldades geográficas e distâncias.


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