Nota 10

Livro inédito sobre história de Oiapoque será lançado em Macapá

Por iniciativa do senador Randolfe Rodrigues, Senado publica livro de Sonia Zaghetto, com memórias do avô.


Nesta sexta-feira (22), às 19h, será lançado o livro “História de Oiapoque”, na livraria Leitura, em Macapá. A publicação, de autoria da jornalista Sonia Zaghetto, é inteiramente baseada nas memórias e no arquivo documental e fotográfico de seu avô, Rocque Pennafort. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) teve contato com o livro e solicitou a impressão da história inédita do Amapá pela gráfica do Senado Federal. O livro será distribuído gratuitamente.

Dividido em cinco partes e com mais de 40 fotografias históricas da primeira metade do século XX, além de ilustrações francesas e mapas do século XIX, o livro repassa cinco séculos da história do município de Oiapoque e da fronteira do Brasil com a Guiana Francesa.

Quando conheceu o livro, o senador Randolfe Rodrigues, professor de história, ficou encantado com a riqueza de informações inéditas e tratou encontrar uma forma de dividir com todos. “São relatos extraordinários que o Amapá e o mundo precisam conhecer”, afirmou o parlamentar que garantiu a impressão dos livros pela editora do Senado.

O arquivo e as memórias de Rocque Pennafort estão, hoje, entre as raras fontes primárias para se conhecer a história da fronteira. Guardam o relato da única testemunha do primeiro grupo de colonos brasileiros a chegar ao Oiapoque, em 1921, para fundar um núcleo agrícola; além de documentos e fotografias sobre os militares deportados para Clevelândia quando o governo Arthur Bernardes decidiu transformar a região em campo de concentração para abrigar os militares revoltosos dos movimentos tenentistas da década de 20.

Entre as informações mais relevantes do acervo estão o episódio histórico em que a população do Oiapoque idealizou, financiou e construiu sozinha um monumento dedicado ao Brasil que hoje é o símbolo da cidade; e os registros sobre os primeiros indígenas eleitos para cargos políticos do País: o cacique Manoel Primo dos Santos, o Côco, e seu filho, Luís Soares dos Santos, ambos da tribo Caripuna, no rio Curipi, reserva indígena do Uaçá.

A autora explica que não se propôs a contar a história do Oiapoque em detalhes. Optou por um resumo histórico, narrado de forma despojada, no qual pôs o foco em alguns episódios que considerou mais atraentes, mas que permanecem relativamente desconhecidos por grande parcela da população brasileira.

“A história da fronteira Brasil-França é muito rica. Ela foi sufocada pelas mazelas que hoje atingem a Amazônia: miséria, garimpo, poluição, abandono, danos ambientais. Minha esperança é que este livro remova a poeira do tempo e traga de volta as histórias de um passado aventureiro e fascinante. Os oiapoquenses devem se orgulhar de viver em um lugar extraordinário e de enorme importância histórica”, observa.

Nas próximas semanas, Sonia Zaghetto deixará novamente o Brasil. Na Califórnia, onde vai morar, pretende trabalhar em um novo projeto relacionado ao Oiapoque: um romance ambientado na fronteira França-Brasil.


Deixe seu comentário


Publicidade