Nota 10

Mais de 4 mil pessoas prestigiaram a tradicional Cantata Natalina do TJAP 

“Então é Natal”, “Marcas do que se foi” e “Jesus Cristo”, canções emblemáticas que celebram valores do bem e estimulam o que há de melhor nas pessoas, foram entoadas em sequência, fazendo Coral e plateia cantarem juntos, gesticulando em harmonia.


A Cantata Natalina do Coral do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) iniciou sob o frescor do inverno amazônico, com o coro de 46 vozes adultas e 64 vozes infantojuvenis preenchendo o Centro de Macapá com música e espírito fraterno. Conduzidos pela maestrina Leandra Valério, os coralistas vestiram-se de regionalidade para cantar um roteiro ribeirinho. 

A Cantata teve o tom da gratidão. Na abertura do evento, o presidente do TJAP, desembargador Carlos Tork, disse que “esse é o momento do ano em que o Tribunal retribui à sociedade pela credibilidade depositada em seus magistrados e servidores, quando lhes confia seus conflitos, seu patrimônio e sua vida”. Após sua breve saudação às cerca de quatro mil pessoas presentes, o presidente anfitrião passou o bastão para a condução do espetáculo pela jornalista Bernadeth Farias (cerimonialista) e para a servidora Adriana Martins (narradora).

A primeira música do repertório, “Quando o Natal Chegar”, também marcou o tradicional acender das luzes do prédio do Tribunal de Justiça, iluminado com as cores do Natal. O momento foi marcado por uma grande queima de fogos de artifício, que explodiram no céu em cores e formas brilhantes. Com os corações no clima da festa, o público passou a mergulhar nos ritmos regionais, com adaptações do repertório tradicional e músicas inéditas.

“Chorinho Natalino” veio em seguida, trazendo um toque especial dos solistas Célia Ayres e Manoel Vida. Coral e plateia dançando e cantando juntos numa sintonia de alegria. “O Coral nos faz sorrir, chorar, lembrar que todos somos humanos e que o Tribunal é composto de muita gente boa, de carne e osso, e muita poesia. Vale muito a pena ver esse momento, é de arrepiar”, disse o desembargador João Lages, diretor da Escola Judicial do Amapá e recém eleito presidente do TJAP para o biênio 2019/2021. 

A Cantata é um musical que conta uma história fictícia, mas baseada em sentimentos verdadeiros de amor, fraternidade e solidariedade. A narradora teceu o fio que conduziu o repertório, falando sobre o verdadeiro sentido do Natal e conduzindo o público a pensar em um Natal brasileiro, amazônico, amapaense, com elementos da cultura e da gastronomia local. Foi quando entrou a canção “Natal Brasileiro”, que fala do “calor de dezembro, sem neve e sem frio… luar do sertão e do cruzeiro do sul”.

Na sequência, a imaginação do poeta trouxe o Menino Jesus a nascer no “Igarapé das Mulheres”, no meio das lavadeiras e pescadores.

Elementos cênicos, como estátuas vivas, representando os três Reis Magos e o Anjo da Anunciação, além de atores interpretando a Sagrada Família, preencheram o palco de significados ainda maiores. “Provoca uma epifania (inspiração) na gente, é muito mágico. Nosso coral não deixa nada a dever para nenhum coral de qualquer lugar. Com todos os percalços, chega no dia da Cantata tudo dá certo, com destaque para esses belos figurinos”, declarou a desembargadora Sueli Pini, que tem filhos participando do Coro Infantojuvenil.

Uma das mais tradicionais canções de Natal de todos os tempos, “Noite Feliz”, traduzida para mais de 45 idiomas, completou 200 anos em 2018. Composta em 1818 pelo padre Joseph Mohr e por Franz Gruber, é considerada patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Unesco. No momento da interpretação desta relíquia musical, o coral recebeu o acompanhamento das Caixas de Marabaixo, conduzidas pelos percussionistas do Banzeiro do Brilho de Fogo.

Após o empolgante primeiro ato, chegou a vez do mais gracioso e fofo grupo de vozes, o Coral Infantojuvenil. Vestidos de Papai Noel, com os gorrinhos vermelhos balançando ao ritmo do repertório de cinco canções – “A lista dos Presentes”; “Natal todo dia”; “Alegria de Natal”; “Wewishyou”; “Feliz Navidad” e “Natal ao Som do Rock” –, os pequenos encantaram o público e cumpriram com ternura seu papel de revelar ao mundo que Jesus Menino continua criança no coração de cada um que segue seus passos.

Durante a apresentação do Coral Infantojuvenil, Papai Noel em pessoa apareceu para relembrar que o Bom Velhinho nasceu de uma história de caridade e solidariedade. Inspirado em São Nicolau, um bispo nórdico que tinha o hábito de ajudar os mais pobres colocando sacos com moedas próximas as chaminés de suas casas. “Que noite maravilhosa, com alegria, animação e emoção. Desperta em todos nós o sentimento de Natal”, disse o desembargador Rommel Araújo.

Após o segundo ato, com as crianças, o coral adulto voltou à cena para o último ato do espetáculo. Vestidos de branco, os coralistas trouxeram a mensagem da paz e dias melhores para finalizar a noite. A canção “Natal nordestino” marcou o retorno do Coral ao palco e em seguida o ilustre convidado Zé Miguel se juntou aos coralistas na canção “Natal Possível”, composta por ele próprio exclusivamente para o Coral do TJAP.

Ao final desta música, uma linda e merecida homenagem ao integrante do Coral, Hércio Alves da Silva, que faleceu este ano, deixando saudades nos amigos e colegas de trabalho e na sua família, representada na celebração pela filha Caroline. O naipe dos baixos e barítonos ficou menor ao perder uma voz marcante e intensa, tão grande quanto a sua estatura e presença. O gigante cantor se reuniu ao coro dos anjos para assistir a homenagem dos amigos, cantando uma de suas canções preferidas: “Oração de São Francisco”.

Maria do Carmo Fidalgo, que chegou cedo e se posicionou na primeira fila da plateia, elogiou toda a apresentação, mas destacou a homenagem a Hércio como ponto alto. “Amei tudo, mas a canção ‘Oração de São Francisco’ foi divina, porque enche o coração da gente de esperança em um mundo melhor, em seres humanos melhores. Essa é a sua mensagem e cantada fica ainda mais bonita”, declarou ela.

 


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