Mar Acima, Mar Abaixo…. O samba em história e poesia
A poesia será interpretada por Silmara Lobato, sendo a primeira mulher a defender como intérprete oficial um samba de enredo em festivais

O valor heroico de nosso povo foi exaltado em 1997 por Boêmios do Laguinho com o samba de enredo: “Mar Acima, Mar Abaixo, de Ladrão em Ladrão a Saga de Uma Nação”.
Em um panteão de notórios poetas e compositores de sambas que existe dentro da Universidade boemista, neste ano, um célebre encontro de Rosendo Souza, Heraldo Almeida e Francisco Lino da Silva, os levou a compor um dos sambas mais antológicos da magnífica galeria de sambas e poesias da Nação Negra.
“Mar Acima, Mar Abaixo…”, repercute em um samba de enredo que narra a chegada dos negros na Amazônia, que mesmo na condição de escravizados, singraram em tumbeiros para florescerem no Amapá seus legados de fé, devoção, costume e cultura, que hoje faz parte de cada brasileiro, cada amazônida e cada amapaense.
Por dentro desta herança passa o falar nosso de cada dia, que passeia pelos campos do Laguinho quando ouvimos o trecho do samba, “Sobe a gengibirra, roda a saia, tirando ladrão pode cuntá que o preto espaia”. Pertencimento puro.
É desse jeito que a cultura se torna uma ferramenta de memória para uma sociedade, e falar da saga de nossa gente é nada mais do que deixar marcado para novas gerações esses atos históricos.
Já com 22 anos, esta obra-prima já serviu e ainda serve de referência para livros, trabalhos acadêmicos, pesquisas científicas e culturais. A Saga de uma Nação volta aos palcos dos sambas inesquecíveis e como na época foi um marco histórico para o Amapá, hoje, não poderia ser diferente.
A poesia de Rosendo, Heraldo e Lino será interpretada por Silmara Lobato, uma das vozes mais belas do Brasil, construindo assim, mais um momento histórico dentro do carnaval amapaense, sendo a primeira mulher a defender, como intérprete oficial, um samba de enredo em festivais.
Esta é Nação Negra, esta é a Maior da Amazônia, esta é a Universidade de Samba Boêmios do Laguinho. (Cláudio Rogério/Jornalista e Ativista Cultural)
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