Nota 10

Marabaixo do Domingo da Murta agita os quatro barracões da área urbana de Macapá

Todos os barracões recepcionaram grupos de marabaixo de comunidades do interior; houve missas, cortejos e ladainhas.


O encontro da juventude com a velha guarda e a visita de comunidades do interior marcou o Marabaixo do Domingo da Murta da Santíssima Trindade, no dia 9 de junho. Uma das principais programações do Ciclo do Marabaixo movimentou os quatro barracões da zona urbana de Macapá: Tia Gertrudes Saturnino, sede do grupo Berço do Marabaixo, no bairro Santa Rita, Dica Congó, no bairro Central, Marabaixo do Pavão, no Jesus de Nazaré e Raimundo Ladislau, no bairro do Laguinho.

A programação iniciou ainda pela manhã, com missa nas igrejas Jesus de Nazaré e São Benedito, que contou com a presença de grupos de marabaixo. À tarde, houve um pequeno cortejo e ladainhas. As caixas começaram a rufar no final da tarde. E os festeiros receberam visitas.

Cada grupo recepcionou um grupo de marabaixo de uma comunidade do interior. No Berço do Marabaixo, a comunidade do Carvão (do município de Mazagão); no Pavão, o grupo do Curiaú (da área urbana de Macapá); no Dica Congó, da Campina Grande (da zona rural de Macapá); e no Raimundo Ladislau quem veio foi o grupo da Vila de Mazagão Velho (do município de Mazagão).

Visitantes marabaixeiros e o público foram servidos com os tradicionais caldo e gengibirra. A alegria tomou conta dos festeiros. No Raimundo Ladislau, Laura Ramos diz que com entusiasmo está mais um ano promovendo a maior identidade cultural do Estado.

“O Marabaixo é patrimônio do Amapá e do Brasil. É uma honra cumprir esse dever de perpetuar essa cultura e deixá-la para as próximas gerações, como fizeram nossos antepassados”, diz Laura, neta de Julião Ramos, um dos percussores da cultura do marabaixo.

No grupo Berço do Marabaixo, o mesmo entusiasmo é visto pela família da saudosa Gertrudes Saturnino, que dá nome ao barracão. Valdinete Costa, neta de Gertrudes, diz que fica orgulhosa ao ver a imensa participação de jovens nas rodas de marabaixo, seja tocando caixas ou dançando.

“Esses jovens precisam se apoderar dessa cultura, para que ela se perpetue. É uma cena que chega a ser emocionante, ver as rodas sendo protagonizadas por eles”, emociona-se Valdinete.

O marabaixo prosseguiu até a manhã desta segunda-feira, 10, com o levantamento dos mastros nos barracões. A programação do Ciclo 2019 continua ainda nesta segunda, a partir das 18h, com o início das novenas da Santíssima Trindade no barracão do Pavão; às 20h tem o baile dos sócios no barracão Dica Congó e às 21h no grupo Raimundo Ladislau.

Fomento

Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em novembro de 2018, o marabaiaxo recebe apoio do Estado. Para a realização do Ciclo 2019, o Governo do Amapá investiu R$ 130 mil, divididos igualmente entre os grupos realizadores.

Marcados pelo culto ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade, os festejos seguem até o chamado Domingo do Senhor, primeiro domingo após a celebração de Corpus Christi – este ano, dia 23 de junho. Na extensa programação, ainda constam missas, ladainhas, retirada dos mastros pelos grupos, bailes e jantares e demais rituais que se encerram com as derrubadas dos mastros.


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