Nota 10

Mulheres quilombolas aprendem a confeccionar bijuterias e acessórios de escama e couro de peixes

Ofertado pelo Estado, curso tem por objetivo capacitar as mulheres para que possam gerar renda extra.


O Centro Integrado de Formação Profissional em Pesca e Aquicultura do Amapá (CIFPA), que fica localizado no Distrito Industrial do município de Santana, está capacitando 17 mulheres da comunidade quilombola do Porto do Céu, no distrito do Coração. Elas estão participando da oficina de confecção de bio bijuterias e curtimento de pele de peixe. A capacitação que iniciou no dia 6 de agosto, terá a carga horária de 60 horas/aula e deve encerrar no dia 30 deste mês.

 

As aulas estão sendo oferecidas na própria comunidade, no período das 14h às 17h, para 17 mulheres com idade entre 17 e 40 anos. De acordo com uma das coordenadoras da oficina de bio bijuterias, professora Cristiane Almeida, os cursos vêm sendo desenvolvido na escola há dois anos, atendendo várias turmas e, pela segundo vez, o curso é ofertado fora do ambiente escolar.

“Tivemos já essa experiência quando em fevereiro, o professor que coordena o curso de curtimento de pele de peixe foi ministrar uma oficina para uma comunidade em João Pessoa, na Paraíba”, destacou a professora. Ela explicou que a oficina busca atender o público feminino da comunidade oferecendo a capacitação que proporcione o caminho para o empreendedorismo dessas mulheres, visando com isso, garantir que elas tenham uma renda extra. A oficina iniciou com a parte teórica, que incluiu uma palestra sobre empreendedorismo, meio ambiente e sobre a importância da oficina de bio bijuterias e curtimento de pele de peixe. O curso é dividido em dois momentos, um que é o beneficiamento das escamas que, posteriormente será utilizado na confecção das bijuterias. “Levamos a pele do peixe, retiramos a escama, mostrando para elas todo o processo, a fim de que aprendam como produzir a partir desta matéria-prima”, detalhou Cristiane Almeida.

 

O outro momento é a parte introdutória do curtimento de pele de peixe. De acordo com o responsável pelo projeto, professor Pedro Junior, trata-se do reaproveitamento da pele, transformando-a em couro através de um processo químico. “A pele é um material putrescível, que após ser retirada do animal, leva em média de 6 a 8 horas para entrar no estado de putrefação, poluindo o meio ambiente. A transformação em couro torna o material imputrescível, podendo ser utilizado na confecção de diversos produtos”, explicou o professor.

As espécies de pescado que estão sendo utilizadas durante o curso são pirarucu, aruanã, tamuatá (dessa espécie é usada a placa óssea) e aracú. Experiência levada para fora do estado. O curso de curtimento de pele de peixe rompeu as fronteiras do estado e foi ministrado durante 15 dias, no mês de fevereiro, numa comunidade conhecida como “Sereias da Penha”, em João Pessoa, capital da Paraíba. O professor Pedro Junior, explicou que as mulheres de lá já trabalham alguns anos com a confecção de bijuterias e outros acessórios, utilizando escama de peixe e cobre. Mas, ainda não tinha conhecimento de como trabalhar isso através da pele do peixe transformada em couro.

 

“Como nós temos uma parceria com artesãos de lá, elas ficaram sabendo do nosso trabalho e solicitaram na Secretaria de Estado da Educação, que pudéssemos ir até lá passar nossa experiência”, argumentou Pedro Júnior.

 

Já há o convite para o retorno do professor para uma nova etapa de capacitação na Paraíba, faltando apenas definir a data.


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