Nota 10

‘Recital Xapiri Curuocangô 4.0’ reverencia povos originários através de poesia sonora

Com apoio do Governo do Amapá, através da Lei Aldir Blanc, Grupo de Poesia Tatamirô apresenta projeto de forma virtual.


Nesta segunda-feira, 4, o Grupo de Poesia Tatamirô apresentou a versão digital do recital “Xapiri Curuocangô 4.0″, o projeto é viabilizado pela Lei Aldir Blanc, através do edital Fábio Mont’alverne “Rato Batera”, realizado pelo Governo do Amapá. O poema sonoro foi exibido no canal oficial do grupo no YouTube.

A performance poética é fruto de mais de três anos de estudos sobre cantos e rituais de etnias indígenas da Amazônia, e presta homenagem aos povos originários, que segundo o grupo de poesia, são os que mais podem ensinar a como preservar o planeta. O recital buscou referências de escritores indígenas, como Davi Kopenawa e Ailton Krenak.

“Pensamos e acreditamos que chegar perto da intangibilidade e transcendência da vida é, sem dúvida, através da poesia. O Xapiri Curuocangô é fruto da arte que nos afeta, inquieta e transforma”, ressaltou a diretora e declamadora do recital, Adriana Abreu, que pensou em toda a criação e uso de elementos a partir de alternativas conscientes que não agridam o planeta.

O recital já esteve em palcos nacionais nos estados do Pará, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, e também internacionais, como o evento Salon du Livre em Cayenne, Guiana Francesa. Em sua versão digital, o grupo buscou alcançar novos públicos.

Segundo Adriana, o recital em formato virtual foi montado durante cerca de 1 ano, tendo 80% do seu processo de forma online.

“Foi um desafio, uma aprendizagem constante. A gente se chacoalhou bastante para o projeto acontecer”, declara a diretora.

Para o artista Herbert Emanuel, autor do poema sonoro, a Lei Aldir Blanc possibilitou um respiro aos artistas.

“Um dos setores que mais sofreu com o impacto da pandemia foi, sem dúvida, a cultura e este apoio é fundamental nesse momento”, destaca o poeta.

Além do recital realizado através do edital Fábio Mont’alverne “Rato Batera”, o grupo de poesia também foi contemplado pelo Prêmio Sidnei Saboia de Cultura e Arte, pelos 13 anos de atividades artísticas e culturais desenvolvidas. O prêmio possibilitou a concretização de um novo espaço de cultura, a ‘Casinha Tatamirô da Poesia’, em Mazagão Novo.

 

Tatamirô Grupo de Poesia

É um grupo amapaense de declamação de textos poéticos, sejam eles escritos na forma de verso ou prosa, em suas múltiplas manifestações verbovocovisuais. Criado em 2008, nasceu do desejo de dizer poesia às pessoas, de colocar a voz a serviço da Poesia, além de fomentar ações em proveito da leitura, da literatura, e demais artes.


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