Nota 10

Retirada de mastro marca retomada do Ciclo do Marabaixo 2019

Calendário festivo prosseguiu no último domingo, 26, com as caixas rufando em três barracões


A retirada dos mastros nas matas da comunidade quilombola do Curiaú, na manhã do último sábado, 25, marcou a retomada da programação do Ciclo do Marabaixo 2019. O momento reuniu as quatro associações da área urbana de Macapá: Berço do Marabaixo, Marabaixo do Pavão, Dica Congó e Raimundo Ladislau.

As comitivas dos festeiros chegaram por volta de 9h30min ao Curiaú. No local escolhido, embrenharam-se na mata para escolha e corte da madeira a ser usada para o mastro. Mas, a cada árvore derrubada uma nova muda é plantada, para que a floresta se renove.

“Essa atitude [plantar mudas] faz parte de uma conscientização ambiental que as famílias que realizam o Ciclo do Marabaixo vêm adotando. Temos que manter a cultura, a tradição, mas com respeito ao meio ambiente”, diz Valdinete Costa, representante do grupo Berço do Marabaixo.

Ainda pela manhã, os festeiros seguiram para a Casa de Forno, no Curiaú. Por lá, as caixas rufaram em comemoração. Foi servido almoço para todos os presentes. No final da tarde, o toque das caixas e o rodar das saias deram a tônica das festividades, no Barracão Gertrudes Saturnino (Berço do Marabaixo), no bairro Santa Rita.

A programação prosseguiu no domingo, 26, com muito marabaixo nos barracões dos grupos Raimundo Ladislau (bairro do Laguinho), Marabaixo do Pavão (Jesus de Nazaré) e Dica Congó (Centro). A festa do chamado Domingo do Mastro foi até por volta de meia-noite.

Tradição

Os mastros são retirados anualmente das matas do Curiaú. Depois de cortados são pintados com as cores vermelho e branco (Divino Espírito Santo) e azul e branco (Santíssima Trindade). Dentro da tradição, carregam as bandeiras.

Depois de pintados, são enfeitados com a murta, uma erva aromática. Quando levantados, simbolizam a conclusão da realização das homenagens.

Patrimônio

O marabaixo foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em novembro de 2018. Para a realização do ciclo deste ano houve um investimento de R$ 130 mil, divididos igualmente entre os grupos realizadores.

Marcados pelo culto ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade, os festejos seguem até o chamado Domingo do Senhor, primeiro domingo após a celebração de Corpus Christi, este ano, no dia 23 de junho. Na extensa programação, ainda constam missas, ladainhas, retirada dos mastros pelos grupos, bailes e jantares e demais rituais que se encerram com as derrubadas dos mastros.


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