Round 6: como a série tem grande influência na vida real
A série mostra a desigualdade social de muitos. Em Round 6, apenas uma pessoa sai ganhadora e as outras 455 pessoas perdem a vida no desespero de conseguir o valor do prêmio e sair das dívidas.
Lana Caroline
Da Redação
Lançada em setembro de 2021, a série Round 6 é a mais assistida da plataforma de stream ‘Netflix’ e já gerou um lucro de mais de US$ 890 milhões para a empresa. Mas, o que essa série realmente fez com que muitos jovens e adultos assistissem e o que ela pode, por trás do enredo, mostrar da realidade atual, mesmo sendo escrita há 10 anos atrás.
Na série sul-coreana, 456 pessoas estão muito endividadas e perto de perder tudo o que tem e que aceitam entrar em um jogo, no qual levados a uma ilha remota para competir por um valor que pode chegar a 4,56 bilhões de wons, que equivalem a mais de R$ 200 milhões. A série usa brincadeiras infantis, transformando-as em competições que valem a riqueza ou a sua própria vida.
Segundo o psicólogo André Romero a série não usa a violência gratuita, mas de uma forma de crítica política e social.
“O grande gestor que a série mostra é exatamente aquilo que vemos hoje em dia: pessoas com endividamento alto, pessoas desesperadas que acabam se sujeitando a esse sistema que sabem o risco que correm, mas mesmo assim decidem arriscar tudo. Esse cenário vai expor um cenário de uma elite que abusa da desigualdade social e isso é muito bem representado na série. As pessoas estavam sendo instrumentos de diversão para aqueles que detêm o poder capital. Na série é um premio bilionário, mas na vida real as pessoas estão lutando para ter um emprego melhor, para escapar de ditaduras, para ter o mínimo de dignidade. É esse o prêmio que temos”, disse o psicólogo.
Trazendo para a realidade, a série mostra diversas coisas, inclusive sobre a desigualdade social de muitos. Em Round 6, apenas uma pessoa sai ganhadora e as outras 455 pessoas perdem a vida no desespero de conseguir o valor do prêmio e sair das dívidas.
“Essa série fala muito sobre a desigualdade desenfreada, a ganancia individual gerida pelo capitalismo. É assustador falar, mas Round 6 não chega perto da realidade que muitas outras pessoas tem que se sujeitar. Outro ponto observado é como as pessoas fazem de tudo para chegar ao final, inclusive até trair o outro para conseguir o prêmio”, comentou Romero.
A classificação indicativa da série é para maiores 16 anos, mas tem repercutido entre o público infantil na internet e em brincadeiras da vida real, chamando atenção de pais e professores. Pois o uso de brincadeiras infantis faz com que crianças e pré-adolescentes sintam a vontade de assistir.
“O que chama atenção na série é que eles utilizam brincadeiras infantis com adultos e que muitos acham que é fácil, mas quem não conseguir completar, morre. E muitas crianças estão querendo assistir Round 6 por conta disso”, encerrou o psicólogo.
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