Nota 10

Tradição e gosto por gastronomia influenciam Nega do Biluca a virar empreendedora

Para o Cantinho da Nega se encaixar no cenário, ela deu preferência as suas raízes e profissionais do quilombo, desde a construção até a arte e colaboradores.


Mariléia Maciel

Texto

 

Anos atrás a Nega deixou florescer sua ascendência, se apropriou dos conhecimentos guardados em sua memória, explorou a cozinha e conhecimento da Vó Chiquinha e colocou a mão na massa. Bolos, salgados, vatapá, maniçoba, guisados, assados, e a famosa gengibirra, tudo com gosto caseiro, começaram a conquistar clientes que se tornaram fiéis, seguindo a Nega em sua batalha diária. Ela agora inaugura seu cantinho, no Quilombo do Curiaú , neste sábado, 9 de outubro, a partir das 20h, com os famosos quitutes, muito marabaixo e música amapaense.

Bolos, salgados, vatapá, maniçoba, guisados, assados, e a famosa gengibirra, tudo com gosto caseiro, começaram a conquistar clientes que se tornaram fiéis, seguindo a Nega em sua batalha diária. Ela agora inaugurou seu cantinho, no Quilombo do Curiaú, neste sábado (9), com os famosos quitutes, muito marabaixo e música amapaense.

Criada no Quilombo, na Maloca da Tia Chiquinha, Nega tira de seu quintal alguns dos ingredientes para seus pratos, como macaxeira, frutas e galinha caipira. Em seu cardápio de lanches, os tradicionais vatapá, maniçoba e tacacá, e os salgados, que além de frango e carne, o cliente tem a opção de recheios de piracuí e pirarucu.

Nega também vai oferecer refeições à base de frango, carne e peixe, mas quem quiser, pode pedir a galinha caipira ou ainda alguns pratos da culinária guianesa.

Cantinho da Nega é a grande conquista da Antônia Márcia, sua independência financeira e estreia como empreendedora. Ela começou vendendo em eventos culturais, como Encontro dos Tambores, e shows, e na porta da casa.
Foram anos economizando da venda de comida e gengibirra, que junto com o prêmio conquistado através do edital de fomento para arte, da Lei Aldir Blanc, que a reconheceu como Mestre da Gengibirra, conseguiu construir seu canto. Conquista pessoal, e também cultural, pois valoriza a cultura gastronômica de origem quilombola e africana.

Para o Cantinho da Nega se encaixar no cenário, ela deu preferência as suas raízes e profissionais do quilombo, desde a construção até a arte que decora suas paredes, feita pelo artista plástico do Curiaú, Rosi Silva.
Tia Chiquinha, Mestre Bolão, sua filha Vitória, a própria Nega e a parentada toda estão impressos na vitrine, com tambores e caixas, saias e chapéus que definem bem a tradição familiar. Os trabalhadores que estão na cozinha e atendimento também são do quilombo, tornando a empresa um empreendimento regional.

Com todo este histórico, a inauguração não poderia ser diferente e em grande estilo, do tamanho da grandeza dessa descendente de tia Chiquinha, de sangue das rainhas africanas. Brenda Melo, Alan Gomes, Enrico Di Miceli, Joãozinho Gomes, Val Milhomem, Amadeu Cavalcante, Laura do Marabaixo, Jéssica Wanny, Adelson Preto e Marabaixo Manoel Felipe foram os convidados para esta grande festa que levantou a poeira do terreiro.

 

 


Deixe seu comentário


Publicidade