Nota 10

Vinícius Leal mostra saga do goleiro Barbosa e racismo no futebol brasileiro

Livro será lançado quarta-feira, no ‘Norte das Águas’, em sessão de autógrafos a partir das 19h com coquetel e música ao vivo.


Douglas Lima

Da Redação

 

Conversar com Vinícius Guido Leal Juarez ou simplesmente Vinícius Leal é perceber a leveza da inteligência de um jovem hemiplégico que ainda nesse sábado, 17, fez 23 anos de idade.

Vinícius é formado em História no Centro Universitário de Brasília (Uniceub). Ele entende que o papel do historiador é atrelar as pesquisas às relações sociais.

Do entendimento à prática, Vinícius tem pronto o livro ‘Barbosa – A saga de um dos melhores goleiros do nosso futebol’, onde discorre sobre esse maravilhoso atleta, um vencedor traído pela fatalidade de ter sido o goleiro da Seleção Brasileira na trágica decisão com o Uruguai na Copa do Mundo de 1950.

O livro será lançado quarta-feira, no ‘Norte das Águas’, point do Complexo Marlindo Serrano, no Araxá, em sessão de autógrafos a partir das 19h com coquetel e música ao vivo.
A aguda sensibilidade de Vinícius Leal, num repensar do seu papel de historiador, faz com que ele ofereça ao futebol uma obra de primeira grandeza, mostrando que nesse esporte paixão brasileira o racismo é uma questão muito presente.

Barbosa, por ter sido negro, mostra o autor, estigmatizou o entendimento de dirigentes e cronistas esportivos nacionais de que o ‘preto’ não é apropriado para goleiro, pois ele deixou passar a bola chutada pelo uruguaio Ghiggia. A bola seria defensável, mas se converteu em gol que calou o Maracanã construído para ver o Brasil pela primeira vez campeão mundial. No entanto, deu uruguaio – 2 a 1. E a Seleção Canarinha jogava pelo empate.

Vinícius escreve que como muitos no Brasil acham que preto não presta para ser goleiro, depois de Barbosa, mesmo com o surgimento de Pelé e outros futebolistas negros, mostrando que a raça afro é tão boa de bola quanto a branca e afins, somente mais de 50 anos depois é que Dida, um goleiro de cor, foi convocado para a Seleção.

O jovem historiador ainda mostra no livro que a discriminação contra o negro no futebol, no caso específico da decisão de 1950, também teve os zagueiros Juvenal e Bigode como alvos. Foi sobre esses dois pretos que o ponteiro uruguaio invadiu a defesa brasileira para assinalar o gol fatal.

Bem, contar mais sobre a obra seria um desrespeito ao autor pelo qual tive admiração à primeira vista, e também um desrespeito ao leitor que vai se deliciar com um texto claro, conciso, objetivo e alegre, escrita de um historiador jovem e moderno, sem rebuscados acadêmicos


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