Polícia

Acusados de envolvimento na morte de Ana Júlia tem prisões preventivas decretadas

Juíza Carline Negreiros, no plantão criminal do Fórum de Macapá, converteu em preventivas as prisões em flagrante de Flávio Teodósio e Godofredo Barbosa, que confessaram envolvimento na morte da pequena Ana Júlia, de 5 anos.


Teodósio assumiu ter efetuado o disparo que atingiu Ana Júlia

Elden Carlos
Editor-chefe

 

A juíza Carline Negreiros, no plantão criminal do Fórum da Comarca de Macapá, converteu em preventivas as prisões em flagrante de Flávio Ferreira Teodósio e Godofredo Barbosa Nascimento, ambos de 18 anos, que confessaram envolvimento na morte da pequena Ana Júlia Pantoja dos Santos, de 5 anos. A conversão ocorreu durante audiência de custódia na tarde de quinta-feira (16).

A criança foi morta no final da tarde de quarta-feira (15) na passarela 31 de Março, Baixada do Ambrósio, no município de Santana. Flávio foi preso na manhã de quinta-feira, na Travessa L8, bairro Fonte Nova, no município santanense. Godofredo foi localizado à tarde, em Macapá, no bairro Morada das Palmeiras.

Ana Júlia, de 5 anos, teve o corpo sepultado na quinta-feira

 

A juíza não considerou o pedido de relaxamento das prisões, requerido pela defesa dos acusados. Entre outros fatores, a magistrada considero que: “Os custodiados denotam em suas certidões criminais que têm suas condutas voltadas para a prática habitual de crimes, desde a infância. Nesse sentido, a jurisprudência do STJ autoriza que antecedentes existentes em razão da prática de atos infracionais sejam utilizados como fundamentação idônea à decretação da prisão preventiva. Portanto, diante da presença dos pressupostos do artigo 312 e 313, inciso III, do CPP, impõe-se a prisão preventiva”, descreve a juíza no despacho.

Ao observar que eles integram ainda uma facção criminosa, Carline Negreiros reconhece a periculosidade dos envolvidos: “Decerto, a aplicação das cautelares diversas da prisão do art. 319, do CPP mostra-se inadequada ao caso diante da gravidade das condutas perpetradas (artigo 282, II, do CPP), a denotar particular periculosidade dos acusados, pois é público e notório que o índice de criminalidade, infelizmente, tem aumentado no Estado do Amapá. Desse modo, a fim de manter a ordem pública, dúvidas não restam de que se faz necessária a restrição da liberdade dos acusados, sob pena, inclusive, de gerar instabilidade nesta Comarca”, relata.

Flávio Teodósio confessou ter puxado o gatilho da arma que matou a criança. Godofredo assumiu ter repassado a arma ao atirador, sendo indiciado como coautor do homicídio. No depoimento prestado por Flávio ficou evidenciado que o alvo principal dele era um adolescente de 15 anos.

Godofredo confessou ter fornecido a arma usada no crime

 

O alvo

O Diário teve acesso ao depoimento do adolescente, que foi localizado pela Polícia Civil. O menor relatou durante o interrogatório que estava na passarela quando ouviu o disparo. Em seguida, observou a criança caída no chão e ao fundo identificou Teodósio. O adolescente declarou que não tinha dúvidas de que o alvo era ele, e que Flávio já tinha tentado contra sua vida há dois meses. A motivação para os ataques seria um acerto de contas por causa de um telefone.

Após a conversão das prisões os investigados passaram por exame de corpo delito na Polícia Técnico-Científica (Politec) antes de serem transferidos para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).


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