Polícia

Agente penitenciário acusado de matar o primo na Orla de Macapá está preso

Além dele, outro agente que o acompanhava no momento do crime está sendo investigado. Prisão foi pedida pelo delegado Wellington Ferraz, que comanda a operação.


Acusado de matar o primo, identificado como Marcelo Brito da Silva, de 25 anos, no último dia 23, na Orla de Macapá, o agente penitenciário Anderson Luís, conhecido como ‘Del’, foi preso no final da tarde deste sábado (29) e encaminhado ao Iapen, onde ficará custodiado à disposição da justiça. A prisão foi pedida pelo delegado Wellington Ferraz, da Delegacia de Homicídios, que comanda as investigações.

Em entrevista exclusiva concedida à reportagem do Diário do Amapá, o delegado explicou que representou pela prisão temporária por causa das contradições nos interrogatórios do autor do crime. Segundo ele, na primeira versão apresentada, ele afirmou que estava de folga, não havia ingerido bebida alcoólica e que estava sozinho no momento do crime, mas essas informações foram desmentidas por uma testemunha ocular.

“Representamos pela prisão temporária por conta de várias testemunhas que prestaram depoimentos e também pela própria confissão do autor. Uma dessas testemunhas conta que a vítima estava atravessando a rua para se encontrar com ela e sua esposa, quando o veículo dirigido pelo agente penitenciário quase o atropela, o que provocou a sua reação; no entanto, ainda de acordo com a testemunha, essa reação foi verbal, com a vítima levantando os braços, mas o infrator fez uma conversão rápida e efetuou três disparos, dois dos quais quase acerta outra pessoas que estavam próximas, e o outro tiro atingiu mortalmente a vítima um pouco abaixo do umbigo”, descreveu.

O delegado também apontou contradições nas versões dadas pelo acusado: “Quando ele se apresentou pela primeira vez, na presença de advogados, foram do período de flagrante, ele afirmou que a vítima havia jogado um copo de cerveja no carro dele, o que é negado pelas testemunhas; mas mesmo se isso tivesse ocorrido, não justificaria o crime, que tipificamos como homicídio qualificado por motivo torpe e sem dar chance de reação à vítima; além disso, precisamos esclarecer outra versão dada por ele de que estaria sozinho no momento do crime, porque tivemos informações de testemunhas que ele não estava só; e diante dessa informação nós o interrogamos de novo e ele confessou que estava na companhia de outro agente penitenciário, que a princípio absolutamente nada teve a ver com o crime”.

Ainda de acordo com o delegado, a prisão temporária de 30 dias, por se tratar de crime hediondo, também é para esclarecer se ambos, o autor e o outro agente estavam de serviço, custodiando um preso no Hospital Geral, porque na primeira versão ele disse que estava de folga, mas apuramos que ambos estavam trabalhando, e que saíram do hospital por volta de 8 horas da noite, quando deveriam ter permanecido lá; além disso, o agente penitenciário nos relatou que antes do crime os dois estavam em uma confraternização na casa de outro colega, e ingeriram bebida alcoólica; mas todos esses fatos serão esclarecidos ao longo do inquérito policial’, prometeu.

Reportagem e fotos: Jair Zemberg


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