Polícia

Alvo da operação “Iuvenes’ já foi vítima dos pedófilos antes de se tornar agenciadora

Jovem revelou que quando tinha 16, 17 anos era negociada e que hoje está no lugar desse agenciador, que se encontra preso no Iapen


 

Elen Costa
Da Redação

 

Alvo da operação ‘Iuvenes’, deflagrada pela Polícia Civil do Amapá na manhã desta sexta-feira, 17, a mulher de 19 anos de idade, conhecida como ‘Lary’, revelou ter sido vítima de pedófilos antes de se tornar agenciadora.

 

 

“Ela me falou que era agenciada quando tinha 16, 17 anos de idade, e hoje está no lugar desse agenciador que está preso no Iapen. Então ela substituiu e passou a fazer o papel desse homem, fazendo as intermediações desses clientes e de outros que foram indicados por ela também”, contou a delegada Clívia Valente, titular da Delegacia Especializada na Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), que coordenou a ação.

 

Além de Lary, outras oito pessoas acusadas de envolvimento em casos de pedofilia foram detidas na capital, e nas cidades de Santana e Vitória do Jari. Dos 11 mandados de prisão, apenas dois não foram cumpridos.

 

Na lista da polícia tem empresários, um major do Corpo de Bombeiros, um vereador de Macapá, que não foi localizado, e um personal trainer. Todos teriam ligação com uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes.

 

Agenciamento

Essa é a terceira fase da investigação. Anteriormente, um jovem de 19 anos, apontado como intermediador foi preso e mandado para a penitenciária, após os investigadores analisarem e encontrarem no celular dele conversas em os alvos da operação de hoje pediam ‘meninas novas’.

 

Segundo a polícia, ele as oferecia e organizava os encontros sexuais, que variavam entre R$ 20 e R$ 30 às vítimas.

 

“Ele [agenciador] tinha amizades com essas garotas, que têm entre 13 e 17 anos, e que moravam no mesmo bairro, Muca. Então, ele criou e passou a administrar um site; colocava essas meninas em dança sensual, uma espécie de catálogo, para fazer o chamamento desses clientes, que passaram a entrar em contato com ele, pedindo que ele facilitasse, induzisse os encontros, o que chamamos de favorecimento à prostituição”, explicou a delegada, enfatizando que os clientes tinham preferências pelas garotas de 13 anos.

 

Até agora, seis vítimas foram identificadas. Os levantamentos policiais indicaram que todas vivem em extrema vulnerabilidade social e que realizavam os programas sexuais, na maioria das vezes, por um prato de comida.

 

“Temos indícios de que existem mais vítimas e, por isso, é possível um desdobramento dessa ação, porque do material apreendido colheremos mais elementos informativos que vão fortificar o nosso procedimento, que é o inquérito, bem como analisar se há armazenamento de material de exploração e conteúdo de pornografia sexual infantil, já que, normalmente, pessoas que buscam esse tipo de exploração infanto-juvenil fazem questão de armazenar e divulgar esse tipo de conteúdo”, ponderou a autoridade policial.

 

Desdobramento

A operação Iuvenes é o desdobramento de uma investigação que teve início em 2022, quando a Dercca recebeu denúncia sobre uma pessoa que mantinha encontro sexuais com crianças e adolescente.

 

“Nós passamos a investigar esse indivíduo e pedimos a prisão preventiva dele. Cumprimos e durante o interrogatório ele citou que seria a agenciadora, alvo de hoje, que tinha indicado pra ele essa menina. Daí, nós passamos para a segunda fase, que foi a operação contra esse segundo alvo e, através de mandados judiciais e técnicas de investigação de meses, logramos êxito para colher elementos informativos para subsidiar essa terceira etapa”, detalhou a titular da Dercca.

 

 


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