Polícia

Apreensão de aparelho celular desencadeou a maior operação contra facções no Amapá

Promotora Andréa Guedes, coordenadora do NIMP, afirma que operação teve origem a partir da apreensão de um celular onde estão mensagens, áudios e vídeos e planejamento detalhado de vários crimes como assassinatos.


Elden Carlos
Editor

 

A maior operação de combate a uma facção criminosa no Amapá, deflagrada na manhã desta quinta-feira (15) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amapá (MP-AP), teve origem a partir da apreensão de um único aparelho celular.

Foi o que revelou durante entrevista ao Diário a promotora de Justiça Andréa Guedes, coordenadora do Núcleo de Inteligência do Ministério Público do Amapá (NIMP). A promotora afirmou que há cerca de 3 meses houve a prisão de um homem ligado à facção criminosa Família Terror do Amapá (FTA) e ao periciar o aparelho celular do bandido foram descobertas centenas de mensagens, áudios, fotos e vídeos, trocadas com a cúpula da facção, que está presa no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), para onde foram expedidos 10 mandados de prisão preventiva na operação desta quinta.

“Essa operação só teve êxito em razão do nosso trabalho de inteligência. Através desse aparelho celular se conseguiu, por meio de extrações e interceptações, desmantelar esse emaranhado durante a operação de hoje. Isso vai subsidiar muitas investigações de crimes de homicídios que até agora estavam com autoria desconhecida. No aparelho celular havia os mandantes, os executores [responsáveis pelas contra ordens], imagens de muitas armas, demonstradas pelo aplicativo Whatasapp e um farto material que revela esse lado obscuro da facção, até então desconhecido com tamanha riqueza de detalhes”, afirma.

Andréa Guedes afirmou que nas mensagens existiam planejamentos prévios dos crimes de homicídio e até mesmo assaltos, tudo realizado minuciosamente. “Tudo era muito previamente ajustado entre os cabeças, que são os mandantes, e os executores. O poder de organização era muito grande”, finalizou.

A operação foi deflagrada para cumprir 27 mandados de prisão preventiva e 37 mandados de busca e apreensão nos municípios de Macapá, Santana e Porto Grande. 87% das ordens judiciais haviam sido cumpridas até às 11h da manhã. O Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde foram cumpridos 9 dos 10 mandados de prisão, informou que durante a contagem prévia da operação já haviam sido apreendidos 27 aparelhos celulares, drogas, estoques e outros materiais ilícitos. A contenção dos presos foi feita pelo Grupo Tático Prisional (GTP) e companhia de Choque do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Participaram da operação, ainda, agentes e delegados da Policia Civil, Polícia Técnico-Científica (Politec) e Polícia Militar do Amapá (PM-AP). Os presos foram levados para sede do Complexo Cidadão Zona Sul, Promotorias de Justiça, que serviu como base para a operação.

Nacional
No total, nove Gaecos do Ministério Público brasileiro deflagram operações contra integrantes de organizações criminosas em todo o país.

O Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC) – colegiado que reúne os Gaecos de todos os estados brasileiros – é o articulador da ofensiva contra o crime organizado. Além do Amapá, operação foi realizada nos estados de Alagoas, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Ceará, Acre, Amazonas e Amapá.

Imagens: Lana Caroline e Railana Pantoja


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