Polícia

“Atirei porque pensei que era um assalto”, diz microempresário que matou ciclista com tiro

Caso aconteceu no dia 18 passado no bairro Buritizal. Universitário de 24 anos levou um tiro ao se aproximar do carro do microempresário.


O microempresário Ruan Pablo Alves de Oliveira, de 30 anos, confessou ter sido o autor do disparo que matou na madrugada do dia 18 desse mês o acadêmico do curso de Artes Visuais da Unifap, Elder Lucas Costa de Souza, de 24 anos.

O crime ocorreu por volta de 4h na rua Claudomiro de Moraes, quase esquina com a avenida 1º de Maio, bairro Buritizal, zona sul. A confissão do crime se deu na última segunda-feira (03) durante depoimento prestado ao delegado Cesar Ávila, na Delegacia Especializada em Crimes Contra Pessoa (Decipe). Ruan foi apresentado espontaneamente pelo advogado constituído para atuar em sua defesa.

O Diário teve acesso ao depoimento de Ruan Pablo, que consta anexado ao processo nº 0004172-26.2020.8.03.0001, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Macapá, e que está disponível no sistema Tucujuris.

No depoimento, Ruan afirma que atirou contra a vítima [que estava de bicicleta] ao pensar que o universitário estaria querendo assaltá-lo. Ele declarou administrar o bar da ‘Loura’, e que saiu do local com uma renda de R$ 1,5 mil.

O homem diz no depoimento que pediu à sua esposa para dirigir, já que ele estava com a carteira vencida. Por volta de 4h, Pablo afirma que ele e a esposa saíram pela Claudomiro Moraes e que ao tentarem acessar a avenida 1º de maio foram abalroados pelo ciclista. O investigado alegou ainda que pediu para que a vítima se afastasse, e que diante da recusa atirou uma única vez.

Ruan, também relata que acreditava não ter atingido o jovem. No entanto, deixou claro que em nenhum momento viu qualquer arma ou que Lucas tivesse anunciado o assalto. O acusado declarou que a vítima apenas “deu um grito que o assustou”.

O atirador também disse ao presidente do inquérito que após saber que o acadêmico havia sido atingido e estava morto, decidiu se livrar da arma, jogando-a no rio Amazonas, próximo ao píer do Santa Inês. Segundo ele, a arma havia sido comprada há dois meses de um cliente do bar pelo valor de R$ 1,5 mil, e que era para sua defesa, já que havia sofrido alguns assaltos.

A polícia também deverá investigar a procedência da arma. O delegado Cesar Ávila declarou que vai tomar depoimento de outras pessoas e aguardar laudos periciais para poder detalhar o caso. Como não tinha mandado de prisão em aberto, Ruan prestou depoimento e foi liberado.

 

Foto: Arquivo pessoal família da vítima

 


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