Corpo de menina indígena é trasladado de Caiena para sepultamento em Oiapoque
Maria Clara Batista Vieira, 15 anos, foi vítima de feminicídio

Chegou em Oiapoque, na noite dessa terça-feira, 19, o corpo da indígena Maria Clara Batista Vieira, de apenas 15 anos, vítima de feminicídio. Ela faleceu no domingo, 17, internada em hospital de Caiena, na Guiana Francesa, quatro dias após o ataque. O governo do Amapá presta apoio à família da vítima.
Maria Clara, que sofreu uma brutal violência sexual na quarta-feira, 13, era da etnia Karipuna, de origem da Aldeia do Manga, no município de Oiapoque, no extremo norte do Brasil.
O governo do estado iniciou o processo de traslado do corpo até o Amapá desde domingo, quando a Secretaria de Relações Internacionais e Comércio Exterior iniciou as tratativas junto ao Itamaraty e governo francês.
Além disso, a Secretaria dos Povos Indígenas presta assistência aos familiares de Maria Clara, assim como as secretarias das Mulheres e de Assistência Social.
O velório ocorre nesta quarta-feira, 20, após o corpo ser liberado pela Polícia Científica. A cerimônia fúnebre será na Casa da Esperança (rua Coaracy Nunes, bairro Planalto, próximo ao Ibama de Oiapoque).
“Imaginamos a dor de uma família perder uma menina tão jovem. Estamos consternados e tristes com o caso, que nos abalou muito. Nós nos envolvemos como Estado para ajudar a trazer a Maria Clara de volta para que ela tenha um enterro digno e também prestar toda a ajuda possível”, garantiu o governador, Clécio Luís, em conversa com a mãe da vítima.
Mesmo assistida pelas equipes médicas do Hospital Estadual de Oiapoque, a adolescente foi transferida para a UTI mais próxima disponível, em Caiena, mas não resistiu aos traumas e faleceu na madrugada de domingo. Em solidariedade, diante de um caso tão cruel, o governo francês se dispôs a ajudar no transporte.
“Quero agradecer todo o apoio que o governo francês ofereceu ao povo amapaense. Um gesto claro de humanidade, de solidariedade, de respeito a todos nós, amapaenses, brasileiros, e, muito especialmente aos nossos povos indígenas”, pontuou o governador
A Polícia Civil do Amapá prendeu o suspeito do caso no dia seguinte ao crime, um homem de 45 anos. Ele teve a prisão preventiva decretada e está à disposição das justiças estadual e federal.
“O governo do Amapá se solidariza com a família, o povo Karipuna e s todos os indígenas e demais moradores de Oiapoque neste momento de extrema dor”, diz nota do governo.
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