Polícia

Delegado fala sobre caso Ana Júlia e afirma que “não existe nenhuma viela no Amapá em que a Polícia não entre”

O assassinato da criança de 5 anos chocou o estado e alertou autoridades públicas sobre as atividades do crime organizado no Amapá.


Foto: Luiza Nobre/CCN

A morte da menina Ana Júlia, de 5 anos, ocorrida na tarde de quarta-feira, (15), mobilizou todas as forças policiais e a população, para identificar o suspeito pelo assassinato.A criança foi vítima de um tiro na cabeça enquanto andava em uma área de ponte na Baixada do Ambrósio, em Santana.

Em entrevista ao programa Café com Notícia desta quinta-feira, (16), o Delegado-Geral da Polícia Civil, Uberlândio Gomes, falou sobre o caso e as ações de combate ao crime organizado no Amapá.

“No final da tarde de ontem tomei conhecimento do fato através das redes sociais. Acionei nossas unidades de Santana e mandei todos os agentes pararem o que estavam fazendo e direcionarem as energias para este caso. Uma criança, indefesa, que recebeu um tiro na cabeça e pelas costas”, explica o delegado.

Na tarde desta quinta-feira, (16), vários moradores se mobilizaram em um ato pacífico que pedia justiça pela morte da criança. Nos registros feitos por populares, é possível ver a família de Ana Júlia chorando com cartazes contendo a foto da menina.

Conseguimos identificar e prender o autor do disparo, mas sabíamos que existia o envolvimento de outras pessoas. As diligências continuaram, e por volta das 14h, conseguimos prender um comparsa dele. De acordo com o acusado, o objetivo não era ceifar a vida da criança, mas acertar uma outra pessoa que tinha atentado contra a vida dele. Foi uma vingança. Ele disse que ‘errou o alvo’, essa foi a versão dada na confissão”.

Uberlândio complementa ainda que mesmo com o sucesso na investigação, nada “será capaz de restabelecer a vida da criança”. Ao todo, segundo o delegado, existem aproximadamente cinco facções em funcionamento no estado.

O atirador foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe, que é considerado um crime hediondo com pena de 12 a 30 anos em regime fechado.

“A participação da sociedade é essencial na elucidação de qualquer crime. Observamos que as facções intimidam as pessoas, inclusive até matando. Mas a polícia tem avançado nas tecnologias, e hoje, não precisamos formalizar os depoimentos, mas pelas denúncias anônimas, conseguimos investigar através dos rastros”.

O delegado define as facções como sendo “o gargalo da segurança pública”, mas que ainda assim, quem domina a região “é a segurança pública”.

Delegacia de Crimes Cibernéticos

O Governo do Amapá entregou na última terça-feira, (14), a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DR-CCIBER), da Polícia Civil. O novo prédio faz parte do conjunto de investimentos do governo na segurança pública. A nova delegacia é equipada com computadores de alta performance, equipamentos de inteligência e agentes bilíngues especializados.

 

Pacote de Medidas

Em conjunto com as corporações da Segurança Pública, a Sejusp delineou cinco medidas para o enfrentamento à violência e repressão às organizações criminosas:

  • Transferência de 15 líderes apenados, mapeados pelas agências de inteligência do estado, do Iapen para penitenciárias federais, em um amplo trabalho de articulação com o Ministério Público e o Poder Judiciário para a desarticulação desses grupos;
  • Ações coordenadas das agências de inteligência da Sejusp, PM, PC e Iapen, junto com o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes) para desmobilização das organizações criminosas e atuação estratégica das forças de Segurança;
  • Redução do expediente administrativo para reforço do contingente de agentes no policiamento ostensivo;
  • Incursões pelas equipes especializadas nos locais de maior incidência de confrontos entre grupos criminosos;
  • Articulação de ações conjuntas com a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal para integrarem operações dentro de suas competências;

 

Fonte: cafecomnoticia.com.br


Deixe seu comentário


Publicidade