Polícia

Dossiê aponta “investidor” Elton Lira em esquema de corrupção no Banco Regional de Brasília

No Amapá, Elton fez farras e aplicou um golpe de quase R$1 milhão na Sanprev, o instituto de previdência do município de Santana.


Nilban com Elton Lira durante evento no Amapá

Um dos depoentes entregou documentos que ligam Elton ao ex-vice-presidente do banco, Niban de Melo Júnior. Um dossiê com fotos, documentos e comprovação de pagamentos de propina, revela que o empresário Elton Félix Gobi Lira, da empresa Êxito Consultoria, que se apresentava como operador do mercado financeiro e arrecadador de recursos de fundos de previdência junto as prefeituras nos estados do Pará, Tocantins, Santa Catarina e Amapá tem um braço forte dentro do Banco Regional de Brasília, trata-se do então diretor vice-presidente do BRB, Nilban de Melo Júnior, que chegou a participar de evento no Amapá.

O empresário é réu em processo que investiga desvio de mais de R$ 30 milhões em recursos de fundos de previdência de prefeituras dos estados do Pará, Tocantins, Santa Catarina e Amapá e Brasília. Elton teve denúncia aceita pelo juiz Antônio Carlos Almeida Campelo, da 4ª Vara Federal de Belém. No Amapá, Elton fez farras e aplicou um golpe de quase R$1 milhão na Sanprev, o instituto de previdência do município de Santana.

Na decisão, o juiz determinou que Polícia Federal dos quatro estados e DF, mais as do Maranhão, Ceará, Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo, compartilhem informações buscando outros tipos de fraudes aplicadas pelo bando criminoso.

De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), o dinheiro o dinheiro arrecadado pela quadrilha nunca retornou aos cofres públicos.

No Banco Regional de Brasília (BRB), Elton ainda mantém contatos com funcionários ligados ao ex-diretor vice-presidente, Nilban de Melo Júnior, que estão lotados no BRB-DTVM e fundos de investimentos imobiliários do BRB. O dossiê revela a estreita relação de Nilban com Elton em fotos, agendas e trocas de mensagens por WhatsApp.

Elton, que está preso no Pará e chegou a ter prisão decretada no Amapá, afirma que repassava recursos a Nilban e outros diretores do BRB e do BRB DTVM para participarem e patrocinarem eventos voltados à RPPS no Norte e Nordeste do país. O objetivo era atrair recursos para as gestoras Terra Nova e NSG (Icla Trust), este último teve como diretora, Andreia Lopes, presa pela PF na operação Circus Maximus no BRB. O empresário afirma ainda que pagava propina a Nilban em forma de palestras e eventos.

Graças a presença do BRB como patrocinador e com a ajuda de Nilban o grupo de Lira teria conseguido captar recursos no Amapá para os fundos que geria, rendendo propina para o grupo do BRB e para gestores do Amapá.

A BRB DTVM foi administrador do FIP Cais Mauá, investigado pelo MPF do TO pelo desvio de mais de R$ 30 milhões do RPPS de Palmas. Nilban ajudou o presidente do Cais Mauá, Ademir Gouvêa a montar um FIP Imobiliário que era administrado e distribuído pelo BRB.

Outro fato que chama a atenção da Força-Tarefa é o escoamento de recursos numa farra de patrocínios que o BRB promovia a esportistas e shows, em grande parte não contabilizada, todos liberados por Nilban de Melo Júnior, Vasco Gonçalves e Ricardo Leal, até então, presidente do Conselho Administrativo do BRB.

O empresário Elton Félix Gobi Lira, está em tratativas para realização de acordo de colaboração premiada com isso, vários personagens pelo Brasil a fora devem ser alcançados pela Força-Tarefa, que começa agora a apurar as fraudes nos fundos de pensão.

A reportagem teve acesso a documento, fotos e depoimentos do dossiê entregue a Força-Tarefa durante a operação Circus Maximus. Ricardo Leal, fiel ao ex-governador Rodrigo Rollemberg ainda está preso com outros integrantes da quadrilha e pode delatar personalidades políticas e empresariais da capital da República que ainda não ganharam os holofotes.

 

Paulo Silva


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