Polícia

“Ele tinha mais medo de ser preso do que morrer”, diz capitão que iniciou negociação com matador de policial

Motivo seria porque Lucas foi acusado de estuprar e engravidar sobrinha de 13 anos e tinha receio de sofrer as penalidades aplicadas pelos detentos para esse tipo de criminoso


 

Da Redação

 

O capitão da Polícia Militar, Érico Costa, disse em entrevista à equipe do Sistema Diário de Comunicação, que Lucas de Souza Nonato, 28 anos, expressava mais medo de ser preso do que morrer. O motivo, segundo o oficial, é porque ele foi acusado de estupro de vulnerável e está com medo de sofrer as penalidades aplicadas pelos próprios detentos para esse tipo de criminoso, dentro do sistema penitenciário. Ele teria abusado sexualmente de sobrinha, pelo menos três vezes. A vítima tem 13 anos e acabou engravidando. O caso aconteceu na cidade de Prainha, no Pará.

 

“Ele não foi direto, mas percebemos que isso foi o gatilho para ele ter travado luta corporal como o policial civil, tomar a arma e atirar nele”, podenrou Érico.

 

 

Ao saber que foi denunciado, Lucas passou a ameaçar a adolescente. O mesmo teve o mandado de prisão decretada no último dia 16 e acabou fugindo para o Amapá, onde foi localizado e detido.

 

Ainda segundo o capitão, Lucas Nonato também tem passagens por roubo, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

 

 

O caso

Lucas é o autor dos disparos que ceifaram a vida do policial civil Mayson Viana de Freitas, de 38 anos de idade, dentro da delegacia do município de Laranjal do Jari, no sul do Amapá. O fato ocorreu na tarde de sexta-feira, 22, quando o agente fazia a apresentação do suspeito na unidade. Lucas conseguiu desarmar o policial e efetuou os tiros contra o mesmo.

 

Em seguida, ele fugiu do local em uma motocicleta e adentrou uma residência, em uma área de pontes na passarela Vagalume, ao perceber que estava sendo perseguido pela polícia. A área foi isolada e o imóvel cercado.

 

 

Mãe e filha reféns

Na fuga, o bandido invadiu a casa e manteve uma mulher e a filha dela, uma criança de 10 anos, como refém. A ocorrência terminou no fim da manhã deste sábado, 23. Foram mais de 18 horas de negociação. As vítimas foram mantidas em cárcere privado.

 

A primeira a ser liberada foi a menina. Aos prantos, ela foi recepcionada pelo pai, que esperava do lado de fora junto com os agentes da segurança pública. Momentos depois, a mulher aproveitou a distração de Lucas e fugiu. Em estado de choque, ela foi atendida pelo Corpo de Bombeiros.

 

Força Tarefa

As forças de segurança do estado foram para a região. O comandante-geral da PM do Amapá, coronel Costa Júnior, atuou diretamente no gerenciamento de crise.

 

O primeiro contato de negociação foi feito pelo capitão Érico Costa. Assim as demais equipes chegaram, os trabalhos passaram a ser chefiados pelo major Hércules Lucena e a equipe especializada do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

 

As negociações seguiram por toda a noite de sexta e madrugada de sábado. Entre as exigências, Lucas pediu um colete balístico, energético e um carro. Costa Júnior disse que as requisições não poderiam ser atendidas, uma vez que a policiai segue um protocolo padrão nas negociações.

 

A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e o Grupo Tático Aéreo (GTA) deram apoio na situação. Além do comandante-geral da Polícia Militar, o secretário de segurança pública, Daniel Marsili, e o delegado-geral da Polícia Civil do Amapá, Cézar Vieira, acompanharam de perto o desdobramento da ocorrência.

 

Lucas Nonato já tem antecedentes criminais. Ele foi conduzido para a delegacia e será autuado em flagrante, em pelo menos três crimes: homicídio, porte ilegal de arma de fogo e cárcere privado.

 


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