Polícia

Integrantes de facção atacam e praticam duplo homicídio

Um dos assassinados era servidor da Unifap.


 

Jair Zemberg
Da Redação

 

Pro volta das 21h desta sexta-feira (17) várias passos estavam reunidas em frente a uma casa localizada na avenida Reinaldo Damasceno, no bairro Novo Buritizal, zona sul de Macapá, quando parou um carro KWID de placa QLR 5606, de cor laranja, e desceram três indivíduos armados com armas de fogo e atiraram várias vezes nas pessoas em frente a casa.

 

Após o ataque, os atiradores fugiram em disparada. Três pessoas foram alvejadas gravemente, socorridas e levadas por meios próprios para o Hospital de Emergência. Ainda em frente a residência, uma pessoa anotou a marca, cor e o número da placa do carro usado pelos criminosos, em seguida ligou para a polícia através do 190.

 

As pessoas feridas a tiros em frente a casa e levadas para o hospital foram identificadas pelos nomes: Joaquim dos Santos Filho, de 65 anos; Mário Barriga, de 30 anos; e Alfredo Carvalho Barbosa, de idade não informada.

Logo na chegada ao hospital, foram constatadas as mortes do senhor Joaquim dos Santos, servidor público federal da UNIFAP, e de Mário Barriga. A terceira vítima foi submetida a procedimentos cirúrgicos e segue no hospital.

 

A partir do ocorrido, todas as equipes da polícia militar de plantão ficaram atentas nas rondas ostensivas, até que na avenida Amazonas, no Pacoval, já na zona norte de Macapá, uma equipe do 6° batalhão da PM avistou o carro KWID, exatamente de placa QLR 5606. Prontamente foi feita a abordagem ao veículo, que atende por aplicativo, e o condutor foi interrogado pelos policiais.

O motorista informou para os militares que recebeu a solicitação de um cliente do Residencial Macapaba, na zona norte, e quando ele atendeu o suposto cliente, aproveitou e fez uma lotação de vários outros passageiros só de uma vez. Depois que deixou os passageiros, o último cliente pediu para ser levado para uma lavagem localizada na Rua Hamilton Silva com a Felipe Camarão, no Beirol, zona sul.

 

Já na lavagem, o interrogado informou perceber que um indivíduo pegou uma sacola de dentro de um carro Corolla de cor bege e entregou para um homem que associou com o passageiro que já estava no KWID. Os dois então pediram para serem levados a um endereço na Avenida Reinaldo Damasceno; lá, os dois indivíduos decidiram que precisariam do reforço de mais um comparsa, então voltaram até a lavagem e um terceiro envolvido entrou no carro e mais uma vez exigiram que o motorista voltasse ao endereço na Reinaldo Damasceno. Nesse momento, segundo o interrogado, ele se recusou a fazer a viagem alegando não querer participar de nada de errado, aí então ele foi informado pelos três indivíduos que ele estava recebendo uma ordem, porque eles eram de facção e não estavam pra brincadeira.

 

Ameaçado e sob a mira de arma de fogo, o motorista disse que seguiu, quando então parou em frente a casa e viu quando seus supostos clientes praticaram o ato criminoso atirando em várias pessoas.

 

Ainda questionado, o motorista informou aos policiais que possivelmente o carro Corolla ainda estaria na lavagem no Beirol. Ele lembrou que o Corolla estava com um dos pneus furado. De posse das informações, os policiais levaram o motorista até a referida lavagem, onde encontraram o carro Corolla e um indivíduo que estava no carro foi reconhecido pelo motorista como o indivíduo que entregou a sacola com as armas usadas no ataque no Novo Buritizal. O suspeito então foi preso e identificado pelo nome de Bruno Mateus Melo da Costa, de 24 anos, que se apresentou à equipe policial como proprietário do Corolla.

Os policiais fizeram a revista no carro, onde encontraram um revólver calibre 38 com numeração suprimida, e considerável quantidade de drogas dos tipos crack, maconha e cocaína.
Bruno, o Corolla, a arma e a droga foram levados para o CIOSP do Pacoval, onde foram entregues ao Delegado de plantão, Dante Ferreira.

Interrogado, Bruno relatou ao Delegado que ele foi contratado por uma facção criminosa para fazer o transporte dos criminosos, e negou conhecer os três indivíduos; negou também saber para onde foram levadas as armas usadas nas mortes momentos antes.

“No plantão de hoje no CIOSP, eu recebi da polícia militar uma ocorrência bastante complexa, um duplo homicídio, com inocentes sendo assassinados.

 

O Bruno não atirou nas vítimas, mas tem participação direta nas mortes. Apesar de negar, mas ele conhece, sim, os comparsas dele, eles obrigaram o motorista do KWID a levá-los para assassinarem as pessoas”, relatou em entrevista o Delegado Dante.

 

Bruno Mateus deve ser indiciado por duplo homicídio qualificado, tráfico de drogas, e porte ilegal de arma de fogo. Ele foi encaminhado para a audiência de custódia.

 

 


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