José Neto anuncia abertura de inquérito para apurar morte de sete jovens, no Pantanal
Titular da justiça e segurança pública do Amapá informou que todos os policiais militares envolvidos na operação foram afastados, mas que, por enquanto, em tese, eles se defenderam de tiros partidos das pessoas que acabaram perdendo a vida

Douglas Lima
Editor
O secretário estadual de justiça e segurança pública do Amapá, José Neto, informou em entrevista coletiva, nesta segunda-feira, 5, que será aberto inquérito para apurar as circunstâncias que culminaram na morte de sete jovens alvejados a tiros por policiais militares durante operação no bairro Pantanal, na zona norte de Macapá.
A peça fundamental para a abertura do inquérito é a perícia da Polícia Científica realizada no local da ocorrência e já solicitada pelo secretário de segurança. Por enquanto, como peça para os autos há apenas boletim registrado pela chefia da guarnição no fato acontecido no Pantanal.
Segundo o Boletim de Ocorrência, descrito por José Neto, a Polícia Militar abordou um veículo ocupado por sete pessoas, sendo recebida a tiros. O carro inclusive chegou a ser dirigido contra a motocicleta de um PM. No revide, todos os ocupantes do carro foram mortos. Na ocasião do registro do BO sete armas de fogo foram apresentadas como pertencentes ao pessoal morto na intervenção policial.
Neto reconheceu que o acontecido no bairro Pantanal não foi algo corriqueiro, chamando a atenção das autoridades o número de pessoas envolvidas. Em seguida, informou que todos os policiais foram afastados e comentou que de modo algum a Secretaria de Segurança incentiva esse tipo de ação, mas ressaltou que em tese os policiais se defenderam.
O secretário, na entrevista, abordou o caso da advogada presa no local, quando já tinha sido feito o isolamento para os trabalhos científicos de apuração. Segundo ele ouviu da Polícia Militar, a causídica, querendo entrar no isolamento, discutiu com policiais, quando os teria desacatado e acabou sendo levada para Delegacia de Polícia Civil.
José Neto informou que a estrutura de direitos humanos do governo do estado tem dado assistência às famílias dos jovens mortos pela Polícia Militar, no bairro Pantanal. Acrescentou que também elas registraram ocorrência na Polícia Civil, mas não adiantou nada a respeito dessa providência.
“Estamos dando toda assistência à Polícia Civil para atuar com vigor e isenção para chegar à realidade. Se forem detectados abuso e excesso, os policiais serão responsabilizados e punidos no vigor da lei. O presidente do inquérito será o delegado Newton Lopes”, falou o secretário de justiça e segurança pública.
José Neto registrou que a Polícia Militar, corporação que denominou como séria e técnica, tem dado substancial apoio no combate às organizações criminosas que o governo do estado enceta. “Independente de qualquer coisa, quero destacar a seriedade da PM. Até o momento não podemos imputar nenhuma falha”, resumiu o titular da segurança pública do Amapá.
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