Polícia

Líderes de facções são transferidos para confinamento em celas isoladas do Iapen

Objetivo é isolar os líderes das facções que foram identificados pelos serviços de inteligência como os mandantes de vários crimes no Amapá, principalmente, execuções.


Elden Carlos
Editor-chefe

 

Doze lideranças de facções criminosas que estão dentro do sistema penitenciário foram transferidas na manhã desta segunda-feira (11) para uma ala específica do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde esses líderes ficarão isolados em celas individuais, sem nenhum tipo de comunicação com outros detentos.

Segundo a promotora de justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amapá, Andrea Guedes, a transferência ocorreu durante a ‘Operação Contra-ataque’, deflagrada em parceria com o Núcleo de Inteligência (NIMP), Batalhão de Operações Especiais (Bope), Grupo Tático Aéreo (GTA), Grupo Tático Prisional (GTP), e Secretaria de Estado da Justiça Pública (Sejusp).

De acordo com a promotora, o objetivo é cessar a guerra entre as organizações criminosas que vem numa escalada de execuções e fazendo vítimas fatais inocentes, como os casos de Ana Júlia, de 5 anos, morta com um tiro na cabeça no município de Santana, e Yalisson Andrade de Moura, de 9 anos, que morreu após ser alvejado com um tiro no abdômen na zona oeste de Macapá.

Após um minucioso levantamento de informações conjuntas houve a identificação das lideranças que ordenavam os crimes de dentro do presídio. “O planejamento da operação se deu após esse trabalho de inteligência. A maioria dos líderes está dentro do sistema penitenciário, mas existem outros que são considerados foragidos. O isolamento nesse momento é determinante para cessar os ataques. Eles foram transferidos para uma ala específica onde ficarão incomunicáveis até a tomada de decisão definitiva sobre eles, não sendo descartada a já anunciada transferência para presídios federais, como anunciado pelo governo do Estado”, afirmou a promotora.

Andrea Guedes lembrou ainda que, infelizmente, é cada vez maior o número de jovens que são recrutados para dentro dessas organizações, a exemplo de uma prisão ocorrida no sábado (9) quando um traficante, de 22 anos, foi alvo da ‘Operação Delivery’, deflagrada pelo Gaeco e Polícia Federal (PF).

“Mas, nem por isso o Ministério Público e os órgãos da segurança pública deixarão de agir severamente contra essas pessoas que causam danos tão profundos à sociedade e às famílias de inocentes”, enfatizou Andrea Guedes.

A promotora ainda revelou que logo após ser tomada a decisão entre os órgãos da segurança pública com o Ministério Público, na sexta-feira (8), houve intensa divulgação de ordens das lideranças de ambas as facções determinando que cessassem os ataques contra os rivais, em um claro medo do isolamento no sistema penal.

Imagens: Divulgação


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