Madeireiro é preso durante operação da PF em Porto Grande
Segundo a PF, o objetivo da operação é desbaratar uma organização criminosa que atuava na legalização fraudulenta de madeira extraída clandestinamente dentro do projeto madeireiro no assentamento Nova Cana.

Por Elden Carlos
da Editoria de Polícia
Um madeireiro foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (10) no município de Porto Grande, durante a operação ‘Créditos Sem Lastro’, deflagrada pela Polícia Federal (PF). Além da prisão, os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão. Outras duas ordens judiciais foram cumpridas no município de Pedra Branca do Amapari.
Segundo a PF, o objetivo da operação é desbaratar uma organização criminosa que atuava na legalização fraudulenta de madeira extraída clandestinamente dentro do projeto madeireiro no assentamento Nova Canaã, no município de Porto Grande. O madeireiro seria o mentor do esquema.
A Polícia Federal afirma que o homem preso arregimentava pessoas de baixa renda e pouca escolaridade que eram usadas para obter junto aos órgãos competentes e de licenciamento o Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS).
O plano permite que uma área florestal seja explorada economicamente. Porém, é necessário que ocorra manejo sustentável para preservação do ecossistema. De posse da autorização, os indivíduos eram abordados pelo madeireiro para que emitissem documentos com o intuito de legalizar madeira extraída por ele de diversos locais. Essa extração ocorria sem autorização dos órgãos competentes.
“Era uma forma de esconder o crime de desmatamento ilegal e dar à madeira ilícita aspecto de legalidade. A PF identificou que o investigado não se beneficiava diretamente do plano por ele financiado. Ele repassava a documentação aos madeireiros da região ou de fora do estado do Amapá, sem registrar qualquer movimentação do produto florestal em seu nome. Os trabalhos policiais que culminaram com a operação iniciaram após apreensão – pela Polícia Federal – de mais de 180 metros cúbicos de madeira em uma serraria em Pedra Branca do Amapari. Esse montante não tinha documento que comprovasse sua origem, o que resultou na prisão em flagrante do homem que estava na posse do material. Esse fato ocorreu em 2020.
Quando realizavam diligências nos locais apontados como os de origem da madeira, por meio dos planos de manejo, os policiais federais constatavam que as áreas nas quais se permitia a extração vegetal estavam intactas, a floresta “estava de pé”, reforçando a convicção de que a madeira manejada seria ilícita. O destino final desses bens, frutos de crimes, eram em especial os estados da Bahia e Rio Grande do Norte.
Quanto aos crimes em investigação, estão os de construção de estabelecimentos potencialmente poluidores sem autorização; desmatamento; aquisição para comercialização de madeira ilegal; associação criminosa e falsidade ideológica.
As penas somadas chegam a 13 anos e meio de reclusão, além do pagamento de multa. ‘Crédito Sem Lastro’ é uma referência à ação investigava, em que se utilizava de meios legais para regularizar produtos de crime.
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