Mãe é indiciada por torturar a própria filha e alega que era tomada por um ‘espírito ruim’
Indiciamento pelo crime de tortura ocorreu no município de Porto Grande, distante 103 quilômetros da capital. Mulher disse que um ‘espírito ruim’ fazia com que ela torturasse a filha, de 12 anos.

Elden Carlos
Editor-chefe
Uma mulher, de 38 anos, foi indiciada pela Polícia Civil do município de Porto Grande, distante 103 quilômetros de Macapá, pelo crime de tortura contra a própria filha, de 12 anos. O padrasto da vítima, de 48 anos, também foi indiciado por omissão no caso. Segundo o delegado Bruno Braz, que preside o inquérito, as investigações iniciaram após intervenção realizada pelo Conselho Tutelar.
“O Conselho Tutelar recebeu a denúncia de que a adolescente estaria sofrendo maus-tratos, sendo agredida de forma rotineira pela mãe. As assistentes sociais e as conselheiras tutelares foram à casa da família e verificaram que a garota estava com um corte no rosto e muito abalada emocionalmente. Em seguida, o fato nos foi comunicado e realizamos as providências cabíveis”, explicou o delegado.
A adolescente foi ouvida na delegacia e relatou que, embora não tivesse sido agredida nos últimos dias, os espancamentos eram constantes e por qualquer motivo, por mais banal que fosse, como uma simples perda de um carregador de celular. A menina disse ainda que já sofreu vários tipos de agressões como puxões de cabelos, chutes e socos; que sua mãe já tentou lhe cortar com faca e com terçado.
Os fatos relatados pela vítima foram confirmados por uma vizinha e por seu padrasto, o qual apresentou vídeos ao delegado. Nas imagens, aparece o estado da menina momentos após ter sido torturada pela mãe. Em depoimento, ele disse que gravou os vídeos para mostrar à esposa e tentar fazê-la mudar o comportamento com a filha.
A autora das agressões, que é ex-usuária de drogas, confessou o crime e disse que nas vezes que espancou a filha estava tomada por um ‘espírito ruim’.
“O trabalho iniciado pelo Creas e pelo Conselho Tutelar foi fundamental. A Polícia Civil deu continuidade e hoje concluímos esse inquérito policial. Além da mãe da vítima, o padrasto também foi indiciado por tortura, devido a sua omissão diante os fatos, pois sabia das agressões, podia agir para evitar, mas foi conivente”, finalizou o delegado. A adolescente foi entregue a um familiar.
Deixe seu comentário
Publicidade

