Polícia

Major que matou colega de farda diz que agiu em legítima defesa

O major Joaquim Pereira, da reserva da PM, assumiu ter sido o autor dos quatro disparos (um atingiu a cabeça do tenente), mas alegou legítima defesa.


Major matou tenente com tiro na cabeça; carros estavam em movimento

Elden Carlos
Editor-chefe

 

O major da reserva remunerada da Polícia Militar do Amapá, Joaquim Pereira da Silva, de 61 anos, se apresentou acompanhado de um advogado na manhã desta sexta-feira (25) ao delegado Luiz Carlos, da Delegacia de Homicídios, para depor sobre o assassinato do tenente e colega de farda, Kleber dos Santos Santana, de 41 anos, morto com um tiro na cabeça na manhã de quinta-feira (24) no cruzamento da rua Odilardo Silva com a avenida Cora de Carvalho, Centro de Macapá.

Joaquim assumiu ter sido o autor dos quatro disparos (um atingiu a cabeça do tenente), mas alegou legítima defesa. A vítima estava em um carro Ônix quando foi alvejada. Kleber estava levando no banco de passageiros traseiro o filho, de 4 anos, que seria deixado na escola. Joaquim dirigia uma picape.

Testemunhas relataram ao delegado que eles teriam tido uma discussão no trânsito. Porém, em sua versão, o major declarou que não houve nenhuma discussão anterior e que não sabia porque o tenente havia puxado uma arma pra ele.

Delegado Luiz Carlos preside o inquérito

“Ele (major) nega que tenha existido uma discussão anterior, dizendo que foi surpreendido com a ação da vítima que teria emparelhado o veículo ao lado dele, baixado o vidro da janela e apontado uma arma em sua direção, o xingando. Também declarou não saber por que a vítima fez isso e que sua reação, por ser policial militar reformado, foi também sacar a arma, reduzindo a velocidade e atirando contra o veículo do tenente. Todos os disparos foram efetuados por trás do automóvel da vítima. É importante frisar que o investigado atirou com o carro em movimento. Havia uma criança no banco de trás, mas graças a Deus ela não foi atingida. Em resumo, o major alega que agiu em legítima defesa”, afirmou.

 

O oficial da reserva apresentou ainda a pistola calibre .40 usada no ataque. “O armamento será encaminhado para exame de balística na Polícia Técnico-Científica (Politec). Estamos na fase de coleta de depoimentos de testemunhas e juntada de provas. Assim, logo teremos uma resposta concreta para sociedade e família da vítima”, complementou.

A polícia já recolheu e analisa diversas imagens de câmeras de segurança na região. O material, segundo o delegado, revela a dinâmica da ação que resultou no assassinato. O presidente do inquérito adiantou que o major agiu por motivo fútil e recursos que impossibilitaram a defesa da vítima, além da tentativa de homicídio qualificado em relação à criança. “A ação impossibilitou a defesa da vítima. Também vamos indiciar o atirador por tentativa de homicídio qualificado em relação ao menor de idade”, concluiu o delegado.

Reportagem e fotos: Jair Zemberg


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