Polícia

Matador de taxista chega à Macapá, mas não revela motivação para o crime

Vítima foi esfaqueada na cabeça e tórax e ainda atropelada pelo algoz. Acusado trabalhava no táxi do homem assassinado. Polícia ainda apura motivação, mas assassino se mantém calado.


O foragido da Justiça do Amapá, Leunildo Câmara Pantoja, de 29 anos, desembarcou no porto de Santana na madrugada deste sábado (19) escoltado por três agentes da Polícia Civil amapaense, e foi levado ao Centro Integrado em Operações de Segurança Pública (Ciosp) Pacoval.

Leunildo é acusado de ter assassinado na madrugada de 21 de outubro do ano passado, em um motel da rodovia Duca Serra, zona oeste da capital, o taxista Gil Manoel Conceição da Silva, de 48 anos, que era proprietário do táxi em que o acusado trabalhava alugado.

Taxista Gil Manoel Conceição da Silva

“Vítima e acusado tinham uma relação comercial e com certo grau de amizade. O Leunildo alugava o táxi do seu Gil. Naquela madrugada, o investigado foi apanhar a vítima em casa, sob alegação que um cliente que ele [acusado] havia deixado no motel, iria pagar com cartão, e que precisava de uma máquina. O Gil seguiu para o local onde foi atacado com golpes de faca pelo algoz. Uma das facadas atingiu profundamente a cabeça da vítima que deixou a garagem do apartamento cambaleando, como mostram imagens do circuito de câmeras. Em seguida, o Leunildo sai com o carro e atropela o homem de forma violenta. Enfim, foi um crime extremamente bárbaro”, disse o delegado Ávila Souza, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe) que preside o inquérito.

A motivação para o assassinato, no entanto, ainda não foi confirmada, já que após ser preso, Leunildo declarou que só irá se pronunciar em juízo. “Ele usou o direito de se manter em silêncio e só falar diante do juiz. É constitucional e deve ser respeitado. Vemos como uma estratégia de defesa, mas a materialidade do crime está ai”, complementa.

Fuga

Após o crime, Leunildo abandonou o carro da vítima na casa de uma ex-companheira e se homiziou na residência de um irmão no bairro São Lázaro, zona norte de Macapá, de onde fugiu do estado dois dias depois por via marítima.


O acusado viajou até a cidade de Portel, no interior do Pará, e da sede do município viajou para uma comunidade distante cerca de duas horas e meia de viagem de voadeira. Três agentes da Polícia Civil do Amapá foram deslocados para a região.

“Havia poucas informações sobre o local exato onde ele poderia estar. A preocupação era que a família não soubesse que estávamos no encalço. Fomos a pelo menos duas comunidades onde ele tem parentes, mas não logramos êxito na localização. Permanecemos durante uma semana naquela área até identificar o endereço concreto. Na chegada, desembarcamos distante do porto da residência e seguimos pela mata. Mesmo assim, ao chegarmos ele correu e se jogou no rio para tentar escapar, mas acabou vencido e preso”, disse o agente Souza, que comandou a equipe formada pelos também agentes Patrick e Arnold.


Na chegada ao Ciosp Pacoval, parentes e amigos da vítima fizeram uma manifestação pacífica para pedir justiça ao caso. Após ser identificado oficialmente na delegacia, e diante da recusa de falar sobre a motivação para o assassinato, Leunildo foi encaminhado para exame de corpo delito na Polícia Técnico-Científica (Politec) e de lá seguiu para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) onde permanecerá à disposição da justiça.

Reportagem e fotos: Jair Zemberg
Texto: Elden Carlos


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