Polícia

Médicos são indiciados por homicídio culposo em razão de negligência que resultou em morte

Segundo o Delegado Edmilson Antunes, os indiciados atenderam a vítima, uma mulher de 35 anos de idade, que foi diagnosticada com hérnia diafragmática esquerda contendo alça intestinal e não foi encaminhada para procedimento cirúrgico, demonstrando assim, a negligência e a inobservância de regra técnica de profissão.


Nesta terça-feira, 7, a Polícia Civil do Amapá, por meio da Delegacia de Crimes Contra a Mulher de Santana, indiciou quatro médicos pela prática do crime de homicídio culposo. Segundo o Delegado Edmilson Antunes, os indiciados atenderam a vítima, uma mulher de 35 anos de idade, que foi diagnosticada com hérnia diafragmática esquerda contendo alça intestinal e não foi encaminhada para procedimento cirúrgico, demonstrando assim, a negligência e a inobservância de regra técnica de profissão.

 

“Em julho de 2020, durante a consulta, o médico, cirurgião-geral, verificou que o diagnóstico da vítima necessitava de procedimento cirúrgico, porém alegou que o Hospital de Santana não poderia realizá-lo devido a pandemia e orientou que a vítima procurasse uma clínica particular em Macapá. Sem obter sucesso na clínica indicada, a vítima retornou com o cirurgião-geral e foi informada que o SUS não possuía os materiais necessários para a cirurgia”, explicou o delegado.

 

No ano seguinte, em fevereiro de 2021, a vítima buscou novamente atendimentos. “Em fevereiro de 2021, a vítima sentiu muitas dores e foi ao Hospital de Santana, levando seus exames. Foi atendida por uma médica generalista, que prescreveu analgesia e a orientou que retornasse com o cirurgião. A médica inclusive, falou pessoalmente com o cirurgião que o caso era sério e de cirurgia. Horas depois, a vítima voltou a sentir dores abdominais e foi ao Hospital de Emergência de Macapá, sendo atendida por um médico que lhe prescreveu analgesia e lhe deu encaminhamento para consulta com um cirurgião por entender ser caso de cirurgia eletiva. No dia seguinte, a vítima teve uma crise mais aguda e foi ao Hospital de Santana, sendo atendida por um médico generalista, o qual lhe prescreveu remédio para dor, solicitou exame de sangue e, de forma ríspida, disse que não iria olhar os exames que ela havia levado, pois não serviam. Horas depois, a vítima foi ao banheiro do Hospital, desfaleceu e veio a óbito”, disse o Delegado.

 

Em interrogatório, os três médicos generalistas reconheceram que deveriam ter encaminhado a vítima para avaliação com um cirurgião. O cirurgião reconheceu que deveria ter solicitado os exames pré-operatórios.


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