Operação da PF e MP Eleitoral investiga ‘Caixa 2’ e lavagem de dinheiro em eleições no Amapá

Elden Carlos
Editor-chefe

 

A Polícia Federal (PF) cumpriu três mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (17) durante a Operação Fosfeno, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro durante as eleições dos anos de 2018 e 2020 no Amapá.

Segundo a PF, os alvos da operação foram uma empresa de publicidade e seus sócios. Essa empresa teria sido a prestadora de serviços de campanha eleitoral nos dois pleitos. A operação ocorreu de forma conjunta com o Ministério Público Eleitoral.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Polícia Federal identificaram operações financeiras atípicas que demonstram indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro, com fins eleitorais, relativos aos dois períodos eleitorais, cuja movimentação ultrapassou os R$ 3,5 milhões, incompatível com a capacidade econômico-financeiro e ocupações declaradas pela empresa.

Ainda de acordo com a PF, a empresa investigada recebeu recursos de partido político, de candidatos às eleições e de servidor público em ambos os certames eleitorais.

Os valores recebidos eram sacados próximos aos limites regulamentares, sendo realizados em espécie, em período que antecederam as eleições municipais de 2020, totalizando mais de R$ 500 mil em menos de 30 dias, o que dificultaria a identificação dos destinatários, revelando indícios de tentativa de burlar os sistemas de controle.

Os indícios apontam que a empresa serviu como instrumento para a prática de crimes eleitorais de compra de votos e falsidade ideológica eleitoral, o chamado ‘Caixa 2’.

A Polícia Federal declarou que se comprovados os indícios os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, compra de votos e falsidade ideológica eleitoral. Se condenados, poderão cumprir pena de até 17 anos de prisão.

 

Imagens: Divulgação/PF

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