Operação Hórus entra no sexto dia com saldo positivo na fronteira de Oiapoque, diz delegado
Entre as muitas prisões está a de um traficante internacional de drogas, de 46 anos, que também é considerado um dos maiores ‘coiotes’ de águas internacionais na fronteira de Oiapoque com a Guiana Francesa.

Elden Carlos
Editor-chefe
A Operação Hórus, deflagrada pela Polícia Civil na fronteira entre Oiapoque (AP) e a Guiana Francesa, entrou no sexto dia nesta quarta-feira (14) com um saldo extremamente positivo, de acordo com o delegado Charles Corrêa, coordenador da operação.
Durante entrevista na manhã desta quarta-feira ao programa radiofônico LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM), o delegado explicou que as ações repressivas buscam, principalmente, desarticular e descapitalizar as organizações criminosas que atuam naquela região, sobretudo, na prática dos crimes transnacionais. Mais de dez pessoas já foram presas desde o início da operação, no dia 8 de julho.
“A avaliação nesse momento é a mais positiva possível. Ganhamos reforço com o estender de braço do governo Federal que aportou recursos financeiros para garantir o aumento do efetivo na extensa faixa de fronteira. Tivemos prisões e apreensões por crimes como contrabando, tráfico de pessoas, descaminho, tráfico de drogas e armas, exploração sexual de menores e outras contravenções”, declarou o delegado.
Charles Corrêa revelou a prisão de um dos maiores coiotes e traficantes internacionais de drogas que abastece o Amapá. O homem, de 46 anos, foi preso no sábado (10), durante uma patrulha naval realizada de forma integrada com a polícia francesa.
“Essa foi uma prisão emblemática. Usamos a estratégia do ‘Cavalo de Tróia’. Recuamos as equipes, dando a entender que havíamos deixado a área. É que os coiotes usam comunicação via satélite. Tínhamos a informação que uma embarcação com migrantes ilegais passaria por volta de 21h naquela área. Fiquei com um policial apenas de campana. Para nossa surpresa, às 17h avistamos a embarcação se preparando para entrar em alto-mar. O reforço só chegaria por volta de 19h. também sabíamos que os criminosos poderiam estar armados. Então, decidi pela abordagem direta. Interceptamos a embarcação após disparos de alerta. Prendemos quatro coiotes, entre eles, esse criminoso que já vinha sendo investigado. Tomamos o controle da voadeira e seguimos de volta para Oiapoque. Determinei que todos permanecessem sentados com as cabeças abaixadas e os mantive sob a mira do fuzil para impedir qualquer tipo de reação. Não tinha como fazer uma revista naquele momento porque não sabíamos quem era migrante e quem era coite. Assim que conseguimos sinal no rádio, o reforço foi requisitado. Com a chegada das equipes realizamos as revistas. Os quatro homens presos promoviam a migração ilegal de cubanos e haitianos do Suriname e da Guiana Francesa para o Brasil”, revelou.
Também foram apreendidas na mesma intervenção duas embarcações, três motores de popa e 26 mil euros em espécie, estimando um prejuízo de cerca de R$ 350 mil para as organizações criminosas da fronteira.
“A operação prossegue sem previsão de término. Estamos atuando conjuntamente com a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e nos próximos dias devemos ganhar reforço do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Nossa missão continua em defesa da fronteira e das pessoas que aqui habitam. Não há vitória sem sacrifício”, concluiu o delegado.
Imagens: Divulgação/PC
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