Polícia

Pastor e esposa são indiciados por manterem indígenas em condição de trabalho escravo

O pastor negou as acusações e disse que foi pregar na aldeia e passou a ter afeto pelos dois indígenas e, para que eles pudessem ter uma vida melhor, os levou para Porto Grande.


A Polícia Civil do Amapá, por meio da Delegacia de Polícia de Porto Grande, indiciou um casal que manteve dois jovens indígenas, de 15 e 19 anos de idade, em condições de trabalho escravo.

De acordo com o Delegado Bruno Braz, o caso tornou-se público quando o homem, que se diz pastor religioso, procurou o Conselho Tutelar da cidade pedindo ajuda para trazer os jovens indígenas de volta para sua casa, tendo em vista que eles estavam abrigados na casa de uma vizinha. O Conselho Tutelar acionou a FUNAI que, com o apoio da Prefeitura de Porto Grande, encontrou os dois indígenas e os apresentou na Delegacia.

“Em depoimento, os dois jovens indígenas, que são primos, disseram que esse pastor passou uma temporada na aldeia deles e os convenceu a vir para Porto Grande com a promessa de que poderiam estudar. Chegando aqui, em setembro de 2021, foram obrigados a trabalhar vendendo melancias de domingo a domingo na rua, sem que recebessem qualquer salário, eram proibidos de ter contato com outras pessoas, passavam fome, não podiam parar nem para ir ao banheiro, dormiam em condições precárias, enquanto o pastor e sua esposa se aproveitavam da situação” explicou o delegado Bruno Braz.

Segundo o delegado, “uma moradora da cidade tomou conhecimento da situação dos indígenas e os abrigou até a chegada da Funai, que, agora, buscará devolver os jovens para sua aldeia, localizada às margens do Rio Curupi, no município de Paragominas, no estado do Pará”.

O pastor negou as acusações e disse que foi pregar na aldeia e passou a ter afeto pelos dois indígenas e, para que eles pudessem ter uma vida melhor, os levou para Porto Grande.

O pastor e a esposa foram indiciados por reduzir alguém a condição análoga a de escravo e por subtração de incapazes, já que não tinham qualquer documento ou autorização para retirarem os jovens da aldeia.

 

  • Com informações da Polícia Civil

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