Polícia

Pastor evangélico condenado por abusar sexualmente de fiéis vai cumprir pena em casa

O pastor evangélico Jeremias Magno Barroso, de 56 anos, que estava preso no Iapen desde fevereiro do ano passado, ganhou o benefício da progressão de regime semiaberto harmonizado.


Elden Carlos
Editor-chefe

 

Condenado a 4 anos de prisão pelo crime de violação sexual mediante fraude, o pastor evangélico Jeremias Magno Barroso, de 56 anos, que estava preso no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), desde fevereiro do ano passado, ganhou o benefício da progressão de regime semiaberto harmonizado, e com isso passa a dormir em casa, ao invés de voltar do trabalho comunitário para o presídio estadual. A medida vale também para os finais de semana e feriados, de acordo com decisão do juiz João Matos, da Vara de Execuções Penais (VEP).

O magistrado levou em consideração o bom comportamento do apenado e os riscos oferecidos por ele na saída diurna, já que tinha que se recolher à noite, ao presídio, e com isso colocava em risco os outros presos diante do agravamento dos casos de covid-19.
Uma das medidas cautelares impostas ao pastor é o uso de tornozeleira eletrônica. Jeremias, no total, já foi julgado em dois processos onde ele é acusado de abusar sexualmente de várias fiéis da igreja que ele presidia.

Entenda o caso

O pastor Jeremias Barroso, de 56 anos, líder da igreja evangélica Getsemani, foi preso preventivamente na tarde do dia 19 de fevereiro de 2021, na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), acusado de violação sexual mediante fraude, como afirmou há época a delegada Marina Gimarães, presidente do inquérito.

Segundo a delegada, mais de dez mulheres [fiéis da igreja] denunciaram o pastor por violência sexual praticada no ambiente religioso. As vítimas relataram situações muito semelhantes de abordagem. Ele se aproveitava da posição de liderança religiosa para tentar obter vantagens sexuais, dizendo que os atos eram para ‘eliminar’ as situações de sofrimento pelas quais as jovens vinham passando naquele momento.

“As investigações iniciaram em julho de 2020, quando três vítimas procuraram a delegacia para denunciar o crime. Instauramos inquérito e novas vítimas foram surgindo. O pastor agia sempre com o mesmo modus operandi, de acordo com as jovens ouvidas. A partir disso nós acionamos o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Amapá) para que, conjuntamente, atuássemos nessa investigação. Foi um trabalho árduo, com a oitiva de muitas testemunhas. Mas, esse trabalho minucioso foi necessário para que amarrássemos bem o inquérito”, declarou a delegada.

Com provas robustas a presidente do inquérito representou pelos pedidos de prisão preventiva e busca e apreensão. “Ele veio prestar depoimento na delegacia ao mesmo tempo em que a justiça expediu a ordem judicial. Ele recebeu voz de prisão na própria DECCM”, complementou Marina.

A Polícia Civil ainda apreendeu computador, aparelhos celulares, pen drives e HD’s que foram periciados.

No dia da prisão, já na saída da delegacia, o pastor negou as acusações. “(…) inverdades, mentiras, coisas injustas. Vamos provar nossa inocência. Isso tá acontecendo porque eu prego a verdade. Assim como o apóstolo Paulo foi preso inocente, vamos provar nossa inocência”, resumiu Jeremias.


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