Polícia

Pastor se torna réu em processo por abuso sexual de fiéis

Oito mulheres se habilitaram como assistentes de acusação contra o pastor, mas juiz, ao torna-lo réu em processo por abuso sexual, habilitou apenas uma das vítimas.


Fotos: Joelson Palheta/DA

Elden Carlos
Editor-chefe

 

O juiz Diego Moura de Araújo, da 1ª Vara Criminal de Macapá, aceitou nesta quinta-feira (15) denúncia do Ministério Público do Amapá (MP-AP) e tornou réu o pastor e auditor fiscal Jeremias Magno Barroso, de 55 anos, que vai responder pelo crime de violação sexual mediante fraude. Ele é investigado por abusos sexuais cometidos contra fiéis dentro da igreja Getsemani, da qual ele é fundador.

Ao fixar a competência do juízo para acatar a denúncia, o magistrado habilitou apenas uma das oitos mulheres que se apresentaram como vítimas do pastor. Ao determinar a habilitação da vítima como assistente de acusação o juiz também pediu a citação do pastor. Jeremias tem dez dias para responder à acusação, por escrito.

Denúncias e prisão

O pastor Jeremias Barroso, líder da igreja evangélica Getsemani, foi preso preventivamente no dia 19 de fevereiro deste ano na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) acusado de violação sexual mediante fraude, como afirmou a delegada Marina Guimarães, presidente do inquérito. Ele segue preso no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

Mais de dez mulheres [fiéis da igreja] denunciaram o pastor por violência sexual praticada no ambiente religioso. As vítimas relataram situações muito semelhantes de abordagem. Ele se aproveitava da posição de liderança religiosa para tentar obter vantagens sexuais, dizendo que os atos eram para ‘eliminar’ as situações de sofrimento pelas quais as jovens vinham passando naquele momento.

“As investigações iniciaram em julho de 2020, quando três vítimas procuraram a delegacia para denunciar o crime. Instauramos inquérito e novas vítimas foram surgindo. O pastor agia sempre com o mesmo modus operandi, de acordo com as jovens ouvidas. A partir disso nós acionamos o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Amapá) para que, conjuntamente, atuássemos nessa investigação. Foi um trabalho árduo, com a oitiva de muitas testemunhas. Mas, esse trabalho minucioso foi necessário para que amarrássemos bem o inquérito”, declarou a delegada há época da prisão.

Com provas robustas a presidente do inquérito representou pelos pedidos de prisão preventiva e busca e apreensão. “Ele veio prestar depoimento na delegacia ao mesmo tempo em que a justiça expediu a ordem judicial. Ele recebeu voz de prisão na própria DECCM”, complementou Marina.

A Polícia Civil ainda apreendeu computador, aparelhos celulares, pen drives e HD’s que serão periciados.

Na saída da delegacia o pastor negou as acusações. “(…)inverdades, mentiras, coisas injustas. Vamos provar nossa inocência. Isso tá acontecendo porque eu prego a verdade. Assim como o apóstolo Paulo foi preso inocente, vamos provar nossa inocência”, resumiu Jeremias.


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