Polícia

PC prende mães acusadas de manter 7 filhos com sede e fome em cárcere

Caso foi descoberto no início do mês de junho deste ano pelo Conselho Tutelar zona Oeste. Irmãs, de 20 e 22 anos, foram indiciadas pelos crimes coação, cárcere privado, maus-tratos, abandono de incapaz, abandono intelectual de incapaz e subtração de incapaz.


Elden Carlos
Editor-chefe

As irmãs Cleiciane Lopes Costa, de 20 anos, e Cleidiane Lopes Costa, de 22 anos, foram presas preventivamente na manhã desta sexta-feira (02) na AP-440, zona Oeste da capital, durante uma ação da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Criança e Adolescente (Dercca). A prisão delas foi decretada pelo juiz de Direito Ailton Marcelo Vidal, da 2ª Vara Criminal de Macapá.

As mulheres foram indiciadas pelos crimes coação, cárcere privado, maus-tratos, abandono de incapaz, abandono intelectual de incapaz e subtração de incapaz. As vítimas são os próprios filhos das investigadas. Cleiciane é mãe de quatro crianças e Cleidiane, de três. Os menores têm idades entre 1 ano e 7 anos.

No dia 4 de junho deste ano, as sete crianças foram encontradas trancadas dentro de um imóvel localizado no bairro Marabaixo IV, zona Oeste. Elas estavam nuas, sem água e alimentos. A casa tinha lixo e até fezes por todos os cômodos. O caso foi descoberto pelo Conselho Tutelar da Zona Oeste após denúncias.

Os conselheiros tutelares foram ao local acompanhados da Polícia Militar. No imóvel ainda havia uma adolescente de 14 anos. A menina é irmã das indiciadas e era forçada a cuidar dos sobrinhos, segundo as investigações. “O imóvel, gradeado, estava trancado com cadeados nas portas. Foi necessário o rompimento das travas para que os conselheiros e policiais acessassem o interior da residência. A casa tinha muito lixo e não tinha energia, água e comida, ou seja, os menores estavam com fome, sede e sem roupas. Os menores foram resgatados e levados para uma casa de acolhimento”, disse o delegado.

Consta no inquérito policial que testemunhas relataram que por várias vezes as crianças ficavam sem roupas na rua até tarde da noite e, certa vez, quase uma delas, foi vítima de um acidente de trânsito. Os vizinhos ouviam choros, gritos e as crianças sempre pediam água e comida. Além disso, há relatos de que as duas mulheres faziam programas sexuais.

“Além do que foi relatado pelas testemunhas, verificamos que elas deixaram de matricular os filhos na escola e, por isso, também responderão por abandono intelectual de incapaz. Representei pelas prisões preventivas das mães, pois no curso das investigações uma assistente social me relatou que foi ameaçada por elas através de gestos e outra assistente social foi seguida por uma mulher, a qual foi vista com as acusadas. Com isso, elas praticaram o crime de coação no curso do processo. Além disso, há relatos que elas fazem parte de uma organização criminosa”, finalizou o delegado.

As irmãs negam os crimes e se dizem inocentes. De acordo com Entringe, com as prisões o inquérito deverá ser concluso e remetido ao Ministério Público do Amapá para oferta da denúncia, ou não. Após passarem por exame de corpo delito na Polícia Técnico-Científica (Politec) as irmãs foram encaminhadas à ala feminina do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

Imagens: Divulgação/PC


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